Condições extremas
Os microrganismos são capazes de sobreviver nas condições mais extremas da Terra, superando os organismos multicelulares, em termos de vitalidade. Por exemplo, o micróbio Pyrolobus fumarii, encontrado na fonte termal a 3,5 quilômetros de profundidade, reproduz-se na temperatura de 90 a 113 graus Celsius, ou seja, em água fervente.
Os embriões de micróbios, algumas bactérias e liquens são capazes de sobreviver no espaço, segundo mostraram os experimentos na Estação Espacial Internacional (EEI). Muitos desses organismos não morreram no espaço sideral sob a influência de vácuo, vento forte e radiação ultravioleta.
Sem água
No arquipélago polar de Svalbard habita um pequeno artrópode da espécie Onychiurus arcticus, que quando sente frio, espreme quase toda a água do seu corpo (cerca de 90%) através das cutículas permeáveis de sua casca. Mas, assim que aparece a primeira água derretida, o corpo letárgico do animal é rapidamente saturado de líquido.
Seu congênere antártico Cryptopygus antarcticus suporta temperaturas de até — 30 graus Célsius, usando um mecanismo de adaptação: no frio, seu corpo produz um tipo de proteína anticongelante que impede a formação de cristais de gelo no fluido celular. Esse mecanismo também é usado por baratas, e permite que elas invernem.
Perfeito eremita
No mundo científico, o dromedário é considerado símbolo de adaptabilidade a condições extremas. Sua anatomia e fisiologia são ideais para uma longa estadia no calor extremo, sem água e comida.
O pescoço comprido dessa espécie de camelo permite que ele arranque folhagem de árvores altas e detecte inimigos à distância, enquanto que a boca é adaptada para evitar espinhos, e as orelhas e narinas são cobertas por pelos internos, que o protege da areia. Já os cílios longos têm a função de proteger os grandes olhos do animal, que possui uma visão perfeita.
A corcunda do animal contém gordura, utilizada na produção de energia durante um período longo de fome. O dromedário sobrevive a temperaturas acima de 40 graus, podendo perder até um quarto de seu peso devido à desidratação. O metabolismo do camelo é modificado para armazenar e processar a umidade no organismo.
As capacidades do camelo são tão incríveis, que ele pode sobreviver sem água e comida durante 50 dias e depois completar a falta muito rapidamente, bebendo até 200 litros de água por minuto.