Em 11 de janeiro, Israel notificou a Croácia que revoga a venda de caças F-16 devido à oposição dos EUA. O especialista Emmanuel Navon lembrou que a Croácia é um dos países que estiveram envolvidos nas guerras na Iugoslávia, embora hoje em dia a Croácia seja membro da UE e os EUA não devessem ter nenhum problema com isso.
"Mas os EUA têm se envolvido em muitas das vendas militares de Israel ao exterior, não apenas à Croácia. Parece que se trata de questões sensíveis dentro da OTAN e que os EUA hoje são muito mais cuidadosos com o que os membros da OTAN compram e de quem", explicou ele à Sputnik Internacional.
O analista lembrou que EUA bloquearam a venda de drones à China por Israel em 2000-2001, criando uma crise nas relações entre Israel e a China, cujo reestabelecimento levou muitos anos.
"Acredito o que, no caso da Croácia, as questões em jogo não são tão importantes como foram com a China e, por isso, estou certo que [Israel e a Croácia] encontrarão uma forma de resolver essa crise", afirmou Navon.
O analista sublinhou que foi o ex-secretário da Defesa dos EUA, James Mattis, que foi o principal opositor ao acordo entre a Croácia e Israel, enquanto o secretário de Estado Mike Pompeo disse que não tinha nada contra essa venda. Agora, levando em conta a demissão de Mattis, há uma chance que a venda possa ser realizada, mas uma questão muito importante é quem realmente tem a última palavra, ou quem tem uma influência sobre o presidente dos EUA Donald Trump.
Além disso, Israel poderia vender à Croácia tecnologia que não esteja ligada aos EUA.
"A Croácia, sendo membro da OTAN e da União Europeia, tem obviamente outras opções; Israel não é a única opção para a Croácia. E novamente, para Israel, com todo o respeito pela Croácia, é claro, não é um mercado importante para Israel", acrescentou especialista.
O não cumprimento do acordo de fornecimento dos F-16 não é um desastre para a indústria de defesa de Israel. Quanto à Croácia, o país tem outros fornecedores potenciais.