"Esse comportamento viola seriamente a ética e a integridade da pesquisa científica, está em grave violação das regulamentações nacionais relevantes e cria uma influência perniciosa em casa e no exterior", afirmou uma reportagem da agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
O cientista apareceu nas manchetes em todo o mundo em 2018, alegando ter ajudado a tornar bebês imunes à AIDS por meio de edição genética, desprezando o consenso científico sobre as implicações éticas da manipulação de genes que teriam consequências intergeracionais um tanto desconhecidas.
A equipe de investigação criada pela Comissão de Saúde da China, na província de Guangdong, descobriu que ele havia se autofinanciado e organizado de forma privada uma equipe para realizar o procedimento usando técnicas de edição de genes CRISPR-Cas9 para "buscar fama e lucro pessoal", de acordo com a Xinhua.
O cientista teria reunido uma equipe que incluía funcionários estrangeiros, todos os quais intencionalmente evitavam a vigilância e usavam "tecnologia de segurança e eficácia incertas para realizar atividades de edição de genes de embriões humanos com a finalidade de reprodução, que é oficialmente proibida no país".
As autoridades também confirmaram que ele forjou uma revisão ética entre março de 2017 e novembro de 2018, e recrutou oito casais para participar dos experimentos, dois dos quais conseguiram a fertilização. As gêmeas Lulu e Nana estão sob observação de médicos especialistas chineses, enquanto outro embrião ainda não nasceu.
No rescaldo do anúncio inicial, houve ampla condenação das ações de He entre as comunidades científicas e as comunidades internacionais mais amplas. A edição de genes para fins reprodutivos é efetivamente proibida nos EUA, na maior parte da Europa e em muitas outras nações ao redor do mundo, incluindo a China.
O cientista defendeu suas ações em uma conferência em Hong Kong em novembro passado, afirmando que ele estava "orgulhoso" do que ele havia feito, duplicando afirmando que ele havia ajudado a proteger as meninas gêmeas de uma possível infecção com o HIV mais tarde na vida.