A revista The Nation critica o artigo publicado no jornal The New York Times, segundo o qual a responsabilidade pela cessação do Tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) é atribuída exclusivamente à Rússia. Na matéria, os autores prestam atenção apenas ao míssil russo 9M729, que alegadamente foi testado em distâncias entre 500 e 5,5 mil quilômetros, o que contradiz o tratado.
Os autores do artigo acima mencionado realizaram uma análise demasiado unilateral, indica a The Nation, acrescentando que eles ocultaram uma série de fatores cruciais de seus leitores. Por exemplo, eles não escreveram nada sobre o sistema de defesa antimíssil Aegis, que os militares estadunidenses estão ativamente implantando na Europa Oriental.
De acordo com a edição, o posicionamento desse sistema, capaz de interceptar mísseis de médio e curto alcance, na Europa Oriental, ou seja, perto das fronteiras russas, pode ter sido uma razão de a Rússia ter começado a desenvolver o míssil 9M729.
Em conclusão, a revista sublinha que, embora a Rússia provavelmente viole o Tratado INF, a mídia e os militares dos EUA devem se perguntar se os EUA não teriam feito algo que tivesse provocado tal comportamento por parte da Rússia, e só depois tentar encontrar uma saída para a atual escalada de tensões políticas.
Em 16 de janeiro o vice-secretário de Estado dos EUA declarou que os EUA vão suspender suas obrigações no Tratado INF em 2 de fevereiro se a Rússia não apresentar provas de que está cumprindo o acordo.
O Tratado INF, assinado por Washington e Moscou em 1987, não tem data de expiração e proíbe as partes de terem mísseis balísticos terrestres ou mísseis de cruzeiro com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.