Os EUA intervêm nos assuntos internos da Venezuela, e o reconhecimento norte-americano do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como presidente do país, desconsiderando Maduro, poderia ocasionar caos, declarou o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu.
"Nos últimos tempos, os EUA e alguns países da América Latina vêm intervindo nos assuntos internos da Venezuela. O país tem um presidente eleito, mas, ao mesmo tempo, o presidente da Assembleia Nacional se declara presidente do país e alguns países o reconhecem. É uma situação muito incomum que poderia ocasionar caos", afirmou Cavusoglu, citado pelo canal de televisão turco Ahaber.
Nesta quinta-feira (24), a chancelaria do Irã informou que considera a crise política na Venezuela um resultado da intervenção norte-americana nos assuntos internos do país e que espera uma solução pacífica do conflito.
"O Irã se manifesta contra qualquer intervenção nos assuntos internos da Venezuela, bem como contra ações ilegais e não constitucionais como uma tentativa de golpe; [o Irã] apoia o governo e o povo desse país", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Bahram Ghasem, que sublinhou que se trata de uma "intervenção aberta estadunidense" nos assuntos da Venezuela.
Na quarta-feira (23), Guaidó se declarou "presidente encarregado" da Venezuela. Os EUA, União Europeia e uma série de países da América Latina, inclusive o Brasil, manifestaram apoio a Guaidó e à oposição venezuelana. Rússia, Cuba, México, Bolívia, Nicarágua, Turquia e Irã apoiam a permanência de Maduro.
Moscou declarou que seu posicionamento sobre o reconhecimento de Nicolás Maduro como presidente legítimo da Venezuela não mudaria, assinalando que a postura de países ocidentais mostra a forma como eles encaram o direito internacional, a soberania e a não interferência nos assuntos internos de países.