Citando autoridades de inteligência anônimas, o jornal The Washington Post informou que o Kremlin fez uma proposta secreta para a Coreia do Norte, no ano passado, na qual o "reino eremita" receberia uma usina nuclear se desistisse de suas armas nucleares.
A reportagem afirma que, como parte do acordo, o governo russo operaria a usina e transferiria todo o lixo para a Rússia, reduzindo o risco de que a Coreia do Norte usasse a usina nuclear para construir armas nucleares.
As autoridades russas, no entanto, não perderam tempo em rejeitar o furo do jornal como uma besteira.
Alexander Matsegora, embaixador da Rússia em Pyongyang, disse à imprensa russa que "qualquer um que seja pelo menos um pouco versado neste assunto é absolutamente claro sobre a estupidez inicial de tal afirmação".
Segundo o diplomata, tal proposta criaria sérios problemas financeiros e de segurança para Moscou — tornando a alegada oferta secreta completamente insustentável.
"Uma usina nuclear vale vários bilhões de dólares", declarou Matsegora. "O mesmo, se não mais, iria para uma modernização completa da infraestrutura de energia da Coreia do Norte, incluindo suas redes elétricas".
Matsegora notou ainda que o custo exorbitante do combustível e a remoção de resíduos claramente não eram levados em consideração quando o Washington Post decidiu apresentar essa suposta "proposta secreta" como genuína.
Ele acrescentou que uma usina nuclear "não seria um objeto menos perigoso do que todo o atual potencial nuclear da república" — minando todo o propósito de pressionar a Coreia do Norte a se desnuclearizar.
Apesar do considerável progresso na reconciliação entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, Washington continua a exercer pressão sobre Pyongyang, fazendo lobby por novas sanções da ONU contra o governo de Kim Jong-un. O Pentágono classifica a Coreia do Norte como uma ameaça primária de mísseis, superando o Irã, a Rússia e a China, de acordo com a Revisão de Defesa de Mísseis dos EUA, publicada em janeiro.