"Há muito tempo, a Rússia vem violando impunemente o Tratado INF, desenvolvendo e dominando às escondidas um sistema de mísseis proibido, que representa uma ameaça direta aos nossos aliados e às tropas no exterior", disse o presidente norte-americano em um comunicado.
Donald Trump afirmou que os EUA vão parar de cumprir o tratado a partir do dia 2 de fevereiro.
"Amanhã [2 de fevereiro], os EUA irão suspender suas obrigações do Tratado INF, e iniciarão o processo de saída, que será concluída daqui a 6 meses, se a Rússia não voltar a cumprir [o tratado], destruindo todos os seus mísseis, lançadores e equipamentos relacionado, que violam o tratado", disse.
"Nós nos moveremos rumo ao desenvolvimento de nossas opções de resposta militar e vamos trabalhar com a OTAN e com outros aliados e parceiros para não aceitar qualquer supremacia militar da Rússia pela sua conduta ilegal", afirmou.
De acordo com Franz Klintsevich, vice-chefe do Comitê de Defesa e Segurança do Senado russo, caso os EUA saiam do tratado a Rússia não vai continuar a cumpri-lo unilateralmente, e "irá reagir".
"Claro, nem vale a pena mencionar que, em caso de saída dos EUA do tratado, a Rússia continue cumprindo-o unilateralmente. Nós iremos certamente reagir, ao mesmo tempo sem entrar em uma corrida armamentista, por mais que os norte-americanos o desejem, que querem esgotar a Rússia economicamente", apontou o senador.
"Pelo visto, será necessário reativá-los, modernizando-os seriamente", ressaltou.
O chefe do Comitê de Relações Exteriores do senado russo, Konstantin Kosachev, afirmou que os EUA, ao tomarem a decisão de sair do Tratado INF, estão destruindo mais um mecanismo de prevenção de um conflito nuclear. Washington optou pela linguagem de ultimatos, e não pretende uma reconciliação.
"Os EUA reafirmaram sua intenção de 'acabar' com mais um pilar importante na área de controle sobre armamentos", comentou Kosachev.
"O fato de os EUA terem desde o início optado pela linguagem de ultimatos, sabendo perfeitamente que a Rússia não iria tolerar tal atitude, especialmente na área de segurança, confirma que lá ninguém tencionava sequer chegar a um acordo", acrescentou.