Irã nunca aceitará 'condições humilhantes' para comércio com a UE, diz aiatolá

O novo sistema de pagamento criado pela França, Alemanha e Reino Unido na semana passada, para permitir "comércio legítimo" com o Irã, tem capacidade limitada e condições humilhantes, segundo o chefe do Judiciário iraniano, o aiatolá Sadeq Amoli Larijani.
Sputnik

O país persa nunca aceitará isso, disse ele durante uma reunião com autoridades judiciais de alto escalão em Teerã.

"Depois de nove meses de procrastinação e negociação, os europeus criaram um mecanismo com capacidade limitada, não para trocar dinheiro, mas por comida e remédios", declarou Larijani, segundo a agência de notícias Tasnim.

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Segundo ele, os países europeus definiram duas "condições estranhas" para o mecanismo denominado Instrumento de Apoio ao Comércio Exterior (INSTEX).

A primeira condição é que o Irã se junte ao Grupo de Ação Financeira (GAFI) e o outro é que o país deve entrar em negociações sobre seu programa de mísseis.

"Os países devem estar cientes de que o Irã não aceitará de forma alguma essas condições humilhantes e não aceitará nenhuma exigência à custa da abertura de uma pequena hidrovia, como a INSTEX", comentou o chefe do Judiciário.

O novo canal de pagamento para o comércio "humanitário" com o Irã foi lançado pela França, Alemanha e Reino Unido na esteira das sanções dos EUA. Eles disseram que o sistema se concentrará inicialmente nos "setores mais essenciais para a população iraniana" — como dispositivos alimentícios, farmacêuticos e médicos.

Eles também elogiaram o mecanismo futuro como um passo importante na preservação do Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA), dizendo que ajudaria os estados europeus a permanecerem comprometidos com sua parte do tratado.

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Alguns especialistas, no entanto, disseram que o mecanismo era inútil e não mudaria nada para as empresas europeias, já que elas não podem se sentir confiantes de que poderiam fazer negócios com o Irã sem estarem sujeitas às sanções dos Estados Unidos.

Os países da União Europeia vêm considerando a ideia de um canal especial de pagamento com o Irã desde o ano passado, após a dramática retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear assinado por Teerã e seis potências mundiais em 2015. Washington então reintroduziu suas sanções contra o Irã.

No mês passado, o embaixador da Suíça em Teerã disse que a Suíça e o Irã estavam trabalhando em um canal de pagamento independente.

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