Notícias do Brasil

Eleições gerais na Índia viram palco para fake news no WhatsApp

Com a proximidade das eleições gerais na Índia, partidos políticos locais estariam abusando do uso do Whatsapp para envio de mensagens políticas, afirmou um executivo da empresa.
Sputnik

O Whatsapp não quis dar nomes aos partidos ou a exata natureza do suposto abuso da ferramenta. Porém, cresce na Índia uma preocupação acerca do envio de mensagens automatizadas na plataforma por parte de militantes partidários.

O aplicativo de mensagens se tornou uma ferramenta chave de campanha, usada de forma ampla por membros do partido da situação, o Baratiya Janata (BJP, na sigla em inglês), assim como pelo Congresso, o partido de oposição. Ambos se acusam mutuamente por propagação de notícias falsas, ao que também negam utilização indevida da ferramenta.

"Nós temos visto um grande número de tentativas dos partidos de utilizar o WhatsApp de maneiras para as quais ele não foi feito, e nossa firme mensagem a eles é que a utilização dessa maneira resultará em banimento do serviço", disse a repórteres Carl Woog, chefe de comunicação do WhatsApp.

Índia comprará 73 mil fuzis de assalto americanos
As próximas eleições na Índia, amplamente citada como a maior democracia do mundo, acontecerão em maio deste ano.

O fenômeno da utilização política do Whatsapp com notícias falsas não é uma coisa nova e foi visto também nas eleições do Brasil, em 2018, quando o aplicativo foi inundado com as chamadas "fake news" levantando preocupação sobre a influência delas no processo eleitoral.

Apesar de ser um dos aplicativos mais populares no Brasil, é na Índia o maior mercado mundial do WhatsApp. A estimativa é de que haja cerca de 200 milhões de usuários da ferramenta no país asiático.

A agência Reuters recebeu, em 2018, antes das eleições no estado de Rajasthan, marcadas para dezembro na Índia, uma série de denúncias de uso de grupos no WhatsApp para fins políticos, tanto do BJP quanto do Congress.

O chefe de comunicação da empresa afirmou que o WhatsApp se dirigiu aos partidos políticos para explicar o posicionamento da empresa, afirmando que aplicativo não se trata de uma plataforma de transmissão ou emissora de mídia. A empresa ainda afirmou que está trabalhando contra abusos políticos no uso da plataforma.

O chefe de tecnologia da comunicação do BJP, Amit Malviya, disse à Reuters que ele não havia se encontrado com representantes do Whatsapp e afirmou que não faria comentários a respeito.

WhatsApp limita reenvio de mensagens para cessar divulgação de notícias falsas
Já o chefe de mídias sociais do Congress, Divya Spandana, disse que o partido não abusa do uso do aplicativo.

O Whatsapp está no centro de uma controvérsia na Índia desde que, em 2018, mensagens falsas foram espalhadas na plataforma e geraram linchamentos.

A empresa tentou coibir o uso das notícias falsas educando seus usuários através de campanhas e propagandas impressas e no rádio. O aplicativo também limitou o número de compartilhamentos permitidos a cada usuário da plataforma.

Atualmente, 1,5 bilhão de pessoas utilizam o Whatsapp no mundo. Nesta quarta-feira (6), a empresa afirmou que deflagra o banimento de 2 milhões de contas todos os meses devido ao uso de mensagens de massa ou automáticas, porém não divulgou números específicos sobre a Índia.

Comentar