As poderosas muralhas foram construídas para amedrontar todos os iranianos que se opusessem ao xá Mohammad Reza em defesa do líder da Revolução Islâmica, Imam Khomeini. Em entrevista à Sputnik Persa, Davoud Asadi Khamene, antigo prisioneiro da instituição iraniana, compartilhou suas lembranças.
No terceiro trimestre de 1976, Khamene foi transferido para a prisão de Qasr: "Em 1976, as detenções atingiram pique, e a prisão de Qasr estava superlotada de presos políticos. Até 40 presos eram alocados em uma cela de 18 m²", revelou.
Posteriormente, Davoud Asadi Khamene foi transferido para o Bloco №3 de Qasr, coincidindo com a chegada ao Irã de representantes da Anistia Internacional, da Human Rights Watch e da Cruz Vermelha Internacional, que planejavam visitar as cadeias, tendo as autoridades iranianas garantido que nenhuma tortura era executada em prisioneiros políticos.
"Aqueles que tinham acabado de voltar do interrogatório e tinham sinais de torturas, eram separados dos outros prisioneiros e transportados para a prisão, que agora é conhecida como Ghezel Hesar. As condições lá eram melhores do que em Qasr e o regime era mais livre", lembra o entrevistado.
Davoud Asadi Khamene destacou que, mesmo antes de sua prisão, desde 1974, nas prisões iranianas, para reduzir a influência de revolucionários islâmicos influentes, usava-se a prática de separar esses prisioneiros dos outros nas prisões: "Parte da prisão de Evin em Teerã era reservada especialmente para clérigos. Lá foram presas muitas figuras muçulmanas proeminentes."
Khamene observou que, apesar de todos os fardos e sofrimentos, ele lembra a prisão e a tortura como um período significativo de sua vida, onde a vontade de derrotar o despotismo do xá Mohammad Reza somente cresceu.