O enviado especial dos EUA à Venezuela, Elliott Abram, declarou que o tempo para dialogar com Maduro já passou e criticou a reunião do Grupo de Contato Internacional (GCI), convocada por Uruguai e México e realizada em Montevidéu, declarando que os EUA não estão interessados em entrar no Grupo de Contato.
"Acredito que os EUA já desenvolveram para si mesmos um plano solucionador do conflito, mais precisamente um plano de intervenção militar", afirmou.
Para o analista, levando em conta a quantia gasta pelos EUA para concretização do que querem (segundo algumas estimativas se trata de até quatro bilhões de dólares ou 15 bilhões de reais), os norte-americanos não estão dispostos a dialogar.
"Os EUA não querem dialogar justamente porque o diálogo é contrário aos seus interesses. O mais importante para eles é derrubar o presidente Maduro, porque é claro que, em qualquer sistema político, o acesso a recursos petrolíferos é o muito importante para os EUA, enquanto Maduro se manifesta a favor de os recursos petrolíferos continuarem sendo do governo bolivariano. É por isso que os americanos querem derrubá-lo [Maduro], eles não planejam resolver problemas internos venezuelanos", opinou Lidovskoi.
A crise política venezuelana se agravou em 23 de janeiro, depois que Juan Guaidó se declarou presidente interino do país durante protestos antigovernamentais realizados nas ruas de Caracas. O atual presidente, Nicolás Maduro, acusou Washington de estar orquestrando um golpe na Venezuela, tendo chamado Guaidó de "marionete dos EUA".
O líder da oposição tem sido apoiado pelos EUA, Brasil e outros países. A Rússia, China, México e Turquia estão entre as diversas nações que manifestam seu apoio a Maduro como chefe de Estado legitimamente eleito do país.