A Fiocruz faz parte de uma força-tarefa do Ministério da Saúde para monitorar os impactos do evento na região e mitigar os efeitos. Levantamento da iniciativa mostrou que aproximadamente 1.090 domicílios, totalizando uma população de 3.485 pessoas, podem ser afetados pela falta de acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O quadro pode levar causar complicações de saúde como falta de medicamentos e assistência hospitalar. Em entrevista à Sputnik Brasil, o pesquisador da Fiocruz Christovam Barcellos afirma que estas pessoas poderão ter um agravamento de doenças crônicas, especialmente em casos mais sensíveis como os de idosos.
Barcellos também ressalta que além da perda de parentes e animais, a população local precisa lidar com o desaparecimento de um "modo de vida". "Isso causa um estresse enorme que pode agravar doenças crônicas, trazer crises diabéticas, de hipertensão."
Barcellos diz que os 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração da Vale que foram lançados no meio ambiente criarão um "desequilíbrio" com consequências difíceis de prever. O aumento de casos de febre amarela pode acontecer.
Assim como o desastre de Mariana, os efeitos terão uma duração de anos, explica o pesquisador da Fiocruz.
"Por exemplo, doenças respiratórias em torno de Mariana. A poeira do minério entra nas vias respiratórias das pessoas e elas apresentam algumas síndromes alérgicas, conjuntivite, doenças respiratórias, depois de muitos anos do acidente."