Com base nessa premissa, cientistas da Universidade de Curtin (Austrália) sustentam que o oceano Pacífico se expandirá e se tornará o único oceano na Terra e que os continentes formarão um novo supercontinente.
Os supercontinentes se formaram e se separaram por dois processos chamados de "introversão" e "extroversão", segundo o estudo dos pesquisadores publicado na revista Precambrian Research.
Durante o primeiro processo, o continente se dividiu em massas de terra separadas por um oceano interno, onde se desenvolveram fenômenos de sucção que resultaram no mergulho da costa oceânica no manto quente da Terra e, consequentemente, das águas oceânicas para o interior do planeta. Assim os continentes "se juntaram" e formaram um novo supercontinente cercado pelo mesmo superoceano.
Dependendo da versão proposta pelos especialistas australianos, o supercontinente Pangea, que agrupava a maioria das massas de terra do planeta há 335 milhões de anos, foi formado quando o supercontinente Rodínia, que existiu há 1.100 milhões de anos, recuou devido às forças tectônicas e consumiu o superoceano que o rodeava através do processo de extroversão.
Por sua vez, Rodínia foi formado por meio de um processo de introversão depois da fragmentação do supercontinente anterior Nuna, também conhecido como Columbia, que existia entre 1.800 e 1.300 milhões de anos atrás.
O encontro e separação do antigo supercontinente aconteceu através de ciclos alternados com duração de cerca de 600 milhões anos, disse o cientista líder do estudo, Zheng-Xiang Li, citado pelo site oficial da Universidade de Curtin.
Conforme o entendimento de Li, se esse padrão alternado se mantiver, o próximo supercontinente será formado através do processo de introversão. Os oceanos internos criados pela separação de Pangeia — o Atlântico, o Índico e o Antártico – se juntarão e o Pacífico se expandirá para se tornar o único superoceano em torno do novo supercontinente.
Ainda segundo o cientista, esses dois processos alternados determinam não apenas se o superoceano sobreviverá, mas também se o Anel de Fogo do Pacífico continuará existindo.
"Se o Anel de Fogo sobreviver junto com o superoceano, então a estrutura do manto da Terra manterá um padrão semelhante ao supercontinente anterior. De contrário, o manto se reorganizará completamente", explica o cientista.