As tensões na Venezuela aumentaram quando Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, liderada pela oposição, declarou-se presidente interino em 23 de janeiro, disputando a reeleição de Maduro.
A declaração de Guaidó foi quase imediatamente reconhecida pelos Estados Unidos e alguns de seus aliados, com o primeiro prometendo renunciar a sanções punitivas contra oficiais militares venezuelanos se eles jurassem lealdade ao líder da oposição.
Rússia, China, México, entre outros, disseram que consideram Maduro o presidente legítimo da Venezuela e pediram a não-interferência.
"Eles estão olhando para as nossas forças armadas para trair nosso presidente", declarou o embaixador Tortosa em uma reunião na Câmara Alta do Parlamento russo.
Segundo o diplomata, Washington persegue esse objetivo, já que o povo norte-americano não apoiaria a invasão direta dos EUA à Venezuela.
Ele acrescentou que os Estados Unidos bloquearam as contas venezuelanas em uma tentativa de provocar a revolta das pessoas contra as autoridades em meio à crise econômica.
O embaixador ressaltou ainda que a Constituição venezuelana não tem essa noção de presidente interino, convidando todos os interessados a estudar o documento.
"Todos eles — Guaidó, [o presidente dos EUA Donald] Trump e [o secretário de Estado dos EUA, Mike] Pompeo — afirmaram repetidas vezes que o artigo 233 supostamente fala [sobre o presidente interino]. Convido todos que estão interessados nisso — vamos ler o que está escrito lá. Não diz nada sobre isso. Esses também são métodos para enganar pessoas em todo o mundo", complementou.
O artigo 233 da Constituição venezuelana diz que se o presidente eleito "se tornar permanentemente indisponível" para desempenhar suas funções em caso de morte, renúncia, afastamento do cargo por decisão do Supremo Tribunal de Justiça e outros motivos listados na lei principal, o presidente da Assembleia Nacional assumirá a presidência até a eleição, que deverá ser realizada dentro de 30 dias.