Moscou chama ajuda humanitária à Venezuela de 'provocação antecipadamente anunciada'

Moscou considera como provocação as intenções dos EUA de fornecerem a ajuda humanitária à Venezuela em 23 de fevereiro. Ao invés de tal "ajuda", seria melhor levantarem as sanções contra Caracas e descongelarem as contas das empresas estatais, declarou na segunda-feira (18) a representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova.
Sputnik

"A situação na Venezuela está se desenvolvendo por uma trajetória alarmante. Para 23 de fevereiro se espera um evento que, parafraseando o grande latino-americano Gabriel García Márquez, poderia ser chamado de 'crónica de uma provocação antecipadamente anunciada'", anunciou Zakharova.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que, a partir do território de um país limítrofe, se planeja introduzir cargas definidas como "ajuda humanitária" ao povo venezuelano. Porém, levando em consideração a posição das autoridades legítimas do país, os autores da ação subentendem "uma incursão", provocando os guardas fronteiriços e militares para estes usarem a força, segundo Zakharova.

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Eles esperam provocar uma divisão entre os militares ou vítimas simbólicas, uma onda de manifestações, que permitam pôr em movimento a versão de uma ação de força a partir do exterior, assinalou ela.

Caso se tratasse de empenho em ajudar com "quaisquer cargas humanitárias" a população do país, seria mais correto descongelar as contas das empresas estatais nos bancos americanos, "ao invés da tentativa fingida de fornecer uma ‘ajuda' estimada em cerca de duas centenas de milhões de dólares".

"O prejuízo total das restrições americanas desde 2013 contra a Venezuela é estimado em 345 bilhões de dólares [R$ 1,29 trilhões]. É pouco provável que tais sanções ilegais, destinadas a sufocar a economia venezuelana, tenham como fim aliviar a vida dos simples cidadãos desse país", ressaltou Zakharova.

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