Venezuela acusa 'terroristas' de orquestrarem incêndio a armazém de alimentos

O governador do Estado venezuelano de Vargas, Jorge Luis García Carneiro, disse nesta quarta-feira o incêndio em o armazém governamental na cidade portuária de La Guaira que armazena alimentos para distribuição foi um crime cometido por terroristas.
Sputnik

"Não temos dúvidas de que esses são os atos cometidos por terroristas, essas são suas mãos criminosas que interferem na comida do nosso povo", disse García Carneiro em entrevista coletiva, acrescentando que investigadores e bombeiros continuavam a estabelecer a causa do incêndio.

O incêndio em La Guaira, localizado no estado de Vargas, perto de Caracas, começou na manhã de quarta-feira. A maior parte dos suprimentos foi entregue por firmas privadas mexicanas sob um acordo com o governo venezuelano.

O incêndio ocorreu menos de uma semana depois que a oposição venezuelana tentou contrabandear caminhões com ajuda humanitária dos EUA do Brasil e da Colômbia. Os três países reconhecem o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó como líder da Venezuela.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, mostrou a congressistas estrangeiros que chegaram à Venezuela vários vídeos que, segundo ele, provam que a oposição do país cometeu "crimes" em 23 de fevereiro, quando o conflito pela chamada ajuda humanitária escalou.

O primeiro vídeo de Maduro mostra pessoas com rostos cobertos por lenços, jogando coquetéis molotov contra a polícia venezuelana e oficiais militares. O segundo mostra que equipamentos para fabricação de coquetéis Molotov estavam encobertos em alguns dos caminhões enviados com ajuda humanitária. Finalmente, o terceiro mostra os veículos pegando fogo na fronteira.

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Maduro nega a existência de uma crise humanitária na Venezuela e proibiu ajuda externa, considerada por ele uma justificativa à invasão. Ele também ameaçou colocar Guaidó, chamado pelo presidente de "marionete dos norte-americanos", em julgamento quando voltar ao país.

 

Ao mesmo tempo, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodriguez, lembrou que a lei internacional previa o fornecimento de ajuda humanitária estrangeira apenas em casos de desastres naturais e conflitos armados.

As Nações Unidas e a Cruz Vermelha também pediram a Washington que não politize a assistência humanitária e não forneça ajuda sem o consentimento do governo venezuelano.

Maduro acusou várias vezes Washington de tentar orquestrar um golpe depois que o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó se declarou presidente interino no mês passado. Poucos dias depois do anúncio de Guaidó, os Estados Unidos bloquearam bilhões de dólares em ativos petrolíferos venezuelanos. Rússia, China, Cuba e Bolívia estão entre os países que reafirmaram apoio a Maduro como o único presidente legítimo da Venezuela.

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