Se uma tempestade desta magnitude acontecesse hoje, ela provavelmente causaria grandes problemas para a civilização moderna, segundo um artigo cientifico publicado na revista PNAS.
"Hoje, uma explosão solar desta magnitude teria consequências desastrosas para a humanidade. A nossa descoberta revela que a probabilidade de aparecimento dessas explosões solares é muito menosprezada. Isso nos dá a entender que necessitamos de encontrar uma maneira melhor de nos protegermos de cataclismos semelhantes", afirmou Raimund Muscheler da Universidade de Lund, Suécia.
Uma tempestade solar que aconteceu em março de 1989 paralisou uma grande parte das redes elétricas no Canadá causando prejuízos no valor de 13,2 milhões de dólares. Uma outra explosão solar em novembro de 2003 causou falhas de energia na Suécia, provocando também falhas no observatório espacial ACE e desativando temporariamente a sonda solar SOHO.
Uma das mais poderosas tempestades registradas aconteceu em 1859. Estima-se que há uma probabilidade de 12% de uma explosão solar semelhante ocorrer nos próximos anos.
Por esse motivo, os historiadores, físicos e astrônomos estão tentando encontrar vestígios e reconstruir a história de outras tempestades solares que aconteceram no nosso planeta e que nos poderiam ajudar a entender a frequência destes acontecimentos e que consequências eles podem ter, conta Raimund Muscheler.
Geólogos suecos e físicos japoneses encontraram vestígios de uma grande explosão solar, que teria acontecido em 774 a.C., analisando a composição isotópica dos anéis em cedros japoneses antigos. Além do mais, os historiadores encontraram menções de outra tempestade solar que aconteceu em 1204 e que foi registrada em crônicas medievais chinesas e japonesas.
Muscheler e sua equipe cientifica descobriram vestígios de uma catástrofe de grandes proporções, que teria acontecido nos tempos da queda do reino da Assíria e do Antigo Egito, analisando a composição isotópica e química de núcleos do gelo que se formou na Groenlândia.
Os resultados desta descoberta mostram que a frequência destes acontecimentos é muito menosprezada. Por isso temos que criar novos métodos de prognóstico e de proteção da civilização das consequências destas explosões e isso tem que ser uma prioridade para os cientistas, explica Muscheler.