Grego sobre atraso de 2 minutos para voo fatal da Ethiopian Airlines: 'Meu dia de sorte'

O que de início parecia um azar, acabou salvando a vida do grego que se atrasou para embarcar no voo condenado, cuja queda de avião matou todos os 157 passageiros a bordo.
Sputnik

O grego Antonis Mavropoulos estava prestes a embarcar no voo ET302 da Ethiopian Airlines, que partiria de Adis Abeba, capital da Etiópia, para Nairóbi, no Quênia, mas acabou perdendo a viagem por questão de minutos. Ele escreveu um texto emocionante no Facebook detalhando sua história.

Na declaração, ele conta que perdeu o voo por causa de apenas dois minutos, e apesar de pedir para entrar no avião, a tripulação do aeroporto se recusou a deixá-lo embarcar.

De acordo com a carta, a razão do atraso foi devido à bagagem, que o homem não conseguiu entregar a tempo, porque o despache de malas pode demorar até 40 minutos.

"Quando cheguei, o embarque estava fechado e vi os últimos passageiros no corredor [a caminho da aeronave]", escreveu Mavropoulos na postagem intitulada "Meu dia de sorte".

O aeroporto havia reservado um lugar para ele no próximo voo, escreve o grego, que teve que esperar três horas no aeroporto. No entanto, quando ele começou a embarcar para este novo voo, um oficial de segurança o deteve e o levou à delegacia do aeroporto.

O agente de segurança "calmamente me disse para agradecer a Deus, porque eu era o único passageiro que não pegou o voo ET302, que havia desaparecido", diz a publicação.

Mavropoulos explica que foi proibido de embarcar novamente e detido pelo fato de ter sido o único a não entrar no avião desaparecido, o que o tornava um suspeito.

"Eu senti tontura [quando percebi o que aconteceu], mas então pensei que poderia haver alguma outra explicação, como um problema de comunicação […] O pessoal da segurança foi educado, explicou que tinha que fazer perguntas e, depois que verificou os meus dados pessoais, deixou-me ir", ressalta.

O grego conta que vários amigos de Nairóbi ligaram ou enviaram mensagens preocupados, dizendo-lhe que o avião tinha caído.

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"Percebi que tinha de contatar o meu pessoal e dizer a eles que eu não estava naquele avião e que tinha perdido o voo graças a dois pequenos acidentes — e depois desmaiei porque percebi a sorte que tive", escreveu Mavropoulos.

No relato, o homem diz: "Escrevi esta postagem porque quero contar a todos sobre os fios invisíveis e intangíveis da sorte, as conexões maravilhosas que compõem a teia em que nossa vida é pega […] Há milhões de pequenas linhas que quase nunca sentimos — mas uma delas está quebrada o suficiente para destruir todo o tecido instantaneamente."

"Estou grato por viver e por ter tantos amigos que me fizeram sentir amado", conclui.

No dia 10 de março, o Boeing 737-800 MAX do voo ET302 desapareceu do radar seis minutos depois de decolar da capital etíope, Adis Abeba, por volta das 8h40 no horário local (2h40 em Brasília) com destino à capital do Quênia, Nairóbi. O acidente ocorreu no localidade de Bishoftu, a cerca de 50 quilômetros ao sul de Adis Abeba e causou a morte das 157 pessoas a bordo (149 passageiros e 8 tripulantes) de 33 nacionalidades diferentes.

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