Quando yuan chinês acabaria com hegemonia do dólar?

Apesar da desdolarização da economia global ainda não estar ao virar da esquina, a hegemonia do dólar no mercado financeiro global não é permanente, afirmou o analista Eric Kraus, explicando que o yuan chinês poderia pôr fim à liderança do dólar.
Sputnik

Segundo o analisa de riscos políticos independente Eric Kraus, a moeda chinesa terá um futuro brilhante, mas ele avisa que o fim do sistema financeiro baseado no dólar americano não acontecerá em breve.

"A preeminência econômica global dos EUA continua diminuindo lentamente (atualmente representa cerca de 21% do PIB mundial), por isso podemos esperar uma continuação da diversificação gradual das moedas, com o yuan adquirindo um papel crescente nos países ligados economicamente à China", disse Kraus à Sputnik Internacional.

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Entretanto, o analista advertiu que a troca do dólar por qualquer nova moeda como principal moeda global “não será nem rápida nem fácil”.

"A longo prazo, o estabelecimento de um sistema financeiro baseado no yuan será do interesse político da China, mas isso só se tornará uma prioridade quando a iniciativa Um Cinturão, Uma Rota for implementada em grande medida, a economia chinesa se tornar menos orientada para a exportação e mais dependente do consumo doméstico, e for realizada uma maior integração econômica entre a China e a sua periferia", opinou Kraus.

Para o analista, a verdadeira globalização do yuan exige que a moeda seja livremente conversível, mas isso apenas acontecerá quando for vantajoso para Pequim.

"Enquanto a China está cada vez mais capaz de denominar suas exportações em yuanes (proporcionando uma economia de custos para as corporações chinesas, que já são altamente competitivas e não precisam mais de proteção contra a exposição ao dólar), as importações continuarão a ser denominadas em dólares no futuro previsível", declarou Kraus.

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No entanto, embora o dólar continue desempenhando o papel de principal moeda global no futuro próximo, sua hegemonia não é eterna.

Para o analista, "qualquer um que imagine que a atual arquitetura financeira global é permanente – no sentido de que os Alpes são um elemento geográfico permanente, ignora irremediavelmente a história".

"Os impérios erguem-se e caem e suas moedas com eles – em larga medida como uma função do seu sucesso em exercer domínio econômico sobre seus vizinhos – o controle político e militar tende a seguir o dinheiro!", sublinhou Kraus.

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