Merkel diz que Alemanha aumentará gastos militares, mas frustra OTAN e EUA

Enquanto a chanceler alemã Angela Merkel diz que Berlim está "empenhada" em aumentar os gastos militares, os números da proposta de orçamento sugerem que os esforços da Alemanha ainda estão muito abaixo do que a OTAN e os EUA esperam.
Sputnik

As despesas militares alemãs estão à vista do público nesta semana, já que uma proposta de orçamento deve ser apresentada nesta quarta-feira. Juntamente com os outros 28 membros da OTAN, Berlim prometeu gastar um mínimo de 2% do PIB na defesa em 2014, mas até agora não ultrapassou a marca de 1,24%.

A relutância em cumprir os padrões da OTAN provocou fortes críticas do presidente dos EUA, Donald Trump, e do secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, que esperam uma contribuição maior da Europa.

Antes das negociações orçamentárias, Merkel disse que a Alemanha está "comprometida em aumentar seu orçamento de defesa em direção à meta da OTAN". Os números, no entanto, contam uma história diferente.

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Segundo a revista alemã Der Spiegel, o governo deve aumentar apenas ligeiramente o financiamento da Bundeswehr. Espera-se que suba para 1,37% do PIB do país, mas a parcela de gastos cairá para apenas 1,25% do PIB até 2023.

A incerteza sobre o assunto provocou uma resposta dura do embaixador norte-americano Richard Grenell. O diplomata acusou o governo de "reduzir seus compromissos já inaceitáveis com a prontidão militar", acrescentando que é um "sinal preocupante para os 28 aliados da OTAN na Alemanha".

Os números de 2018 mostram que, para além dos EUA, a despesa média de defesa dos membros da OTAN é de 1,47% — muito abaixo da marca inicialmente proposta de 2%. Apenas quatro países europeus da aliança — Grécia, Estônia, Reino Unido e Letônia — conseguiram atingir a meta.

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