O ex-presidente Michel Temer foi preso na manhã desta quinta-feira, em desdobramento da Operação Lava Jato.
Sputnik Brasil conversou sobre o tema com Ives Gandra Martins, professor de Direito Constitucional e amigo do ex-presidente.
Para ele, a prisão do político não tem como ser justificada e atendeu a interesses fora do escopo da justiça.
"Eu tenho a impressão de que foi, em primeiro lugar, desnecessário. Porque uma prisão provisória ou uma prisão preventiva só se faz quando a pessoa pode fugir. Isso, evidentemente não aconteceria com o ex-presidente Michel Temer", disse o advogado.
Segundo especialista em direito constitucional, nem o presidente Lula teve prisão preventiva decretada, apesar de toda a tensão pessoal com Sergio Moro.
"Foi cinematográfico e desnecessário", completou.
"Só posso ver nisso uma intenção de reafirmar o poder do Ministério Público", disse Gandra Martins.
Ele comparou o conflito entre o Judiciário e o Legislativo à "Revolução Francesa", quando "bastava uma simples denúncia e o cidadão era preso e guilhotinado".
"Está havendo uma cinematografia emocional e emotividade que está trazendo uma profunda insegurança jurídica. Agora se prende com relativização, com uma banalização", concluiu Gandra Martins.