Por sua vez, o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, já alertou que, caso Pyongyang planeje reiniciar testes nucleares e de mísseis, isso seria uma "má ideia". Bolton não ofereceu nenhuma solução para a situação.
O posicionamento firme dos EUA nas negociações, que se tornou uma das principais razões do fim sem resultados da cúpula em Hanói, foi sentido negativamente não só na Rússia e na China, mas também na Coreia do Sul.
De acordo com a administração do presidente sul-coreano, "na realidade é muito difícil conseguir a desnuclearização completa de repente", por isso é necessário "rever a estratégia de 'tudo ou nada'" e começar, se não com um pequeno acordo, mas pelo menos com um "acordo não tão ruim", e depois melhorá-lo.
O Japão anunciou que, pela primeira vez em 11 anos, não participaria na elaboração de uma resolução sobre os direitos humanos na Coreia do Norte para apresentação à comissão competente das Nações Unidas. O passo inesperado japonês pode forçar Pyongyang a procurar compromissos sobre a questão nuclear.
"O Japão já resolveu muitos problemas bilaterais com a Coreia do Norte e demonstrou uma política externa muito flexível ao estabelecer relações diplomáticas com a Coreia do Sul em 1965 e com a China em 1972. Portanto, podemos esperar que as melhores relações do Japão com a Coreia do Norte criem condições para um diálogo renovado entre os EUA e a Coreia do Norte", afirmou à Sputnik Park Jong Chol, professor da Universidade Nacional de Gyeongsang.
E agora o Japão tem um papel intermediário a desempenhar para intensificar as negociações. Mas, de acordo com o professor Park Jong Chol, este esquema não é tão simples.
"É importante que Tóquio resolva os problemas inacabados depois da Segunda Guerra Mundial durante o mandato de Shinzo Abe para garantir que o Partido Liberal Democrata se mantenha no poder. A China e a Rússia não têm como criar uma desculpa para que EUA e Coreia do Norte negociem, e, sim, seria difícil para a Coreia do Sul juntar EUA e Coreia do Norte à mesa de negociações", explica professor.
A Coreia do Norte, por sua vez, está mais interessada do que ninguém em normalizar as relações com os EUA e, portanto, estará mais disposta a responder às propostas japonesas para resolver questões atuais nas relações bilaterais, concluiu especialista.