Em um comunicado divulgado na sexta-feira, o órgão regulador de mídia de Burundi disse que revogou a licença da British Broadcasting Corporation após a exibição de um documentário que as autoridades disseram conter falsidades, incluindo alegações de que membros dos serviços de inteligência estariam envolvidos com a detenção e tortura de dissidentes.
Enquanto isso, a Voz da América (VOA) teve a licença cassada após contratar Patrick Nduwimana, um jornalista de rádio suspeito de envolvimento em uma tentativa fracassada de golpe contra o presidente Pierre Nkurunziza em maio de 2015.
Tanto a BBC quanto a VOA já receberam suspensões de seis meses em maio passado, antes de um referendo constitucional visando permitir a prorrogação do mandato de Nkurunziza por dois termos. Ele lidera o país há 14 anos.
A BBC criticou a "decisão injustificada" do governo, dizendo que a medida "desfere um sério golpe contra a liberdade de imprensa". Já a diretora da VOA, Amanda Bennett, disse que a emissora está "alarmada [com o fato de que] repórteres no Burundi estejam proibidos de se comunicar" com a emissora, e ecoou o sentimento da BBC de que "essas ameaças continuam a prejudicar a liberdade de imprensa no país".