Sítio paleontológico revela evidências do impacto que dizimou os dinossauros (FOTOS)

Após uma chuva de minúsculas esferas de vidro fundido e de uma gigantesca onda, a fauna marinha e terrestre do período Cretáceo foi soterrada sob uma camada de sedimentos ricos em irídio.
Sputnik

Poucas horas após a queda do asteroide de Chicxulub, os dinossauros e peixes morreram e foram soterrados no território onde hoje se encontra a América do Norte, afirma estudo. O impacto abriu uma cratera de 180 quilômetros de diâmetro, cujo centro está localizado na atual península de Yucatán, no México.

Imagens desse fato histórico, tiradas diretamente de um sítio paleontológico, foram recentemente publicadas em um comunicado da Universidade de Berkeley, nos EUA.

Desde 2013, o paleontologista Robert DePalma vem realizando escavações no depósito de Tanis, localizado no estado norte-americano da Dakota do Norte. Os resultados desse estudo demonstraram amplamente que essa é uma área que evidencia o massacre quase que imediato de animais ocorrido após o impacto do asteroide no golfo do México.

Cauda de peixe bem preservada no depósito fóssil de Tanis, na Dakota do Norte, EUA
Segundo o coautor da pesquisa, os fósseis nessa área representam "o primeiro conjunto de morte massiva de grandes organismos nunca antes encontrado" e correspondem à fronteira entre o período geológico do Cretáceo e do Paleogeno.

Fósseis de peixes achados no depósito de Tanis, no estado norte-americano da Dakota do Norte
Os cientistas acreditam que os vestígios de esferas milimétricas de vidro (chamadas de tectitos) encontradas dentro das guelras dos peixes, que estão em melhor estado de conservação, são provenientes de um evento catastrófico, provavelmente de uma chuva de rocha derretida.

Eles estimam que esses cristais esféricos foram lançados na região, localizada a mais de 3.200 quilômetros do local de queda do asteroide, 45 minutos após o impacto.

Esferas de vidro, ou tectitos, recuperadas do depósito fóssil de Tanis, na Dakota do Norte (EUA)
A camada de rocha sedimentar que cobre todo o conjunto de restos ósseos é rica em irídio, um elemento raro na crosta terrestre, mas não em asteroides.

Cientistas Walter Alvarez e Robert DePalma no depósito fóssil de Tanis, na Dakota do Norte, EUA
Os pesquisadores acreditam que esta camada se acumulou por causa de ondas gigantes, possivelmente provenientes das chamadas seiches — repetidas ondas estacionárias típicas de um corpo de água parcialmente fechado e exposto aos efeitos de um forte terremoto.

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