"Os Estados Unidos tiveram seu plano de anexação de todo o continente desde o primeiro dia de sua existência", afirmou o chanceler na terça-feira (2), durante a coletiva de imprensa no Centro de Pensamento Estratégico de Ancara.
O chefe da chancelaria venezuelana ainda explicou que as pretensões dos EUA são evidentes a partir da presidência de Thomas Jefferson, o terceiro presidente dos EUA (1801-1809).
Chanceler Arreaza: "Em 1823, quando a Batalha de Ayacucho, que deu liberdade ao Peru, ainda não tinha sido travada, o Norte já estava proclamando suas intenções de tomar conta do Sul com a declaração da Doutrina Monroe"
"E essa contradição histórica tem estado presente em cada minuto de cada hora de cada dia da história de nossa América. A luta que estamos travando hoje na Venezuela […] é a mesma que começou a se desenvolver no continente americano desde 1823", acrescentou.
Além disso, o chanceler também citou outro presidente norte-americano, James Monroe, que apresentou ao Congresso dos EUA uma proposta, que mais tarde se tornou doutrina. De acordo com Arreaza, os EUA "sempre terão o controle do que chamam de Hemisfério Ocidental, de todas as Américas, desde o Alasca até à Patagônia argentina".
Apesar das várias afirmações que consideram a Doutrina Monroe como coisa do passado, o ministro venezuelano comentou que o governo da Casa Branca financiou e executou um golpe de Estado em Honduras, desestabilizou todos os governos progressistas e independentes da América do Sul, além de ter assinado um decreto declarando a Venezuela uma ameaça à segurança nacional dos EUA.
Segundo as palavras de Arreaza, o atual presidente dos EUA, Donald Trump, junto com sua equipe, afirmou que a Doutrina Monroe está "plenamente em vigor no século XXI", o que explicaria os ataques que a Venezuela vem sofrendo.
Desde 23 de janeiro, a Venezuela vive uma profunda crise política, após a autoproclamação de Juan Guaidó como presidente interino do país sul-americano. Os EUA foram o primeiro país a reconhecê-lo e, desde então, tem pressionado a comunidade internacional a apoiá-lo. Além das declarações, Washington também aumentou as sanções contra Caracas, principalmente contra a petrolífera estatal venezuelana PDVSA.