O antigo ministro dos serviços secretos da República Tcheca Jaroslav Basta explicou à Sputnik a decisão do seu país de aderir à OTAN em 1999 e descreveu como a aliança se tinha tornado um "clube de receptores de armas americanas".
A OTAN celebra o seu 70º aniversário em 4 de abril. Há vinte anos, em março de 1999, a esta aliança se juntaram, pela primeira vez, Estados do antigo Pacto de Varsóvia: a República Tcheca, a Polônia e a Hungria. Basta falou sobre os motivos de Praga na altura.
"O fato é que a política tcheca é perseguida por dois traumas históricos. O primeiro é o Acordo de Munique de 1938, com a participação tanto dos nossos inimigos e como dos aliados de então. O segundo foi a invasão da Tchecoslováquia pelos exércitos de 5 países socialistas em agosto de 1968. Com isto em mente, votámos a favor da adesão à OTAN", disse Basta.
"No mês passado, o presidente tcheco, Milos Zeman, que era primeiro-ministro do nosso governo em 1999, afirmou que o nosso envolvimento na guerra da Iugoslávia foi um erro. Concordo absolutamente com ele", diz Basta.
Na opinião dele, durante o novo alargamento a OTAN se transformou da organização de defesa mais bem-sucedida da história moderna em uma organização política com relações de aliança assimétricas.
"Em alguns de seus discursos, o atual presidente dos EUA, Donald Trump, reduziu a OTAN a um clube de receptores de armas e assistência militar dos EUA. A afiliação neste clube está condicionada a gastos militares no valor de 2-4% do PIB de cada país", disse Basta.
"Esta afirmação é, em princípio, completamente verdadeira. Os EUA impõem suas próprias armas a todos os países que fazem parte do bloco da OTAN, nem sempre confiáveis e nem sempre modernas como, por exemplo, os sistemas americanos de defesa antiaérea Patriot."
Glazunov explica que os sistemas antiaéreos russos S-400 são melhores, entretanto a Rússia já dispõe de S-500, mais avançados. Segundo o especialista, os EUA impõem as versões de menor qualidade das suas armas a todos os países, e inclusive exercem pressão, por exemplo, sobre a Turquia para que não compre armas à Rússia sendo um país membro da OTAN. Os EUA estão tentando expulsar a Rússia dos principais mercados de armamentos.