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Ciro Gomes analisa 100 dias de Bolsonaro: posicionamento do governo é 'criminoso'

O ex-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), participou nesta segunda-feira de um evento que reuniu intelectuais e artistas do Rio de Janeiro, no Teatro Vanucci, na Gávea, para analisar os 100 dias do governo Bolsonaro.
Sputnik

Após fazer uma exposição com gráficos e dados sobre a situação econômica do país, Ciro Gomes comentou o posicionamento do atual governo brasileiro referente à política externa, tecendo duras críticas ao alinhamento do país com os EUA e Israel, principalmente. 

"Temos um mau governo, as perspectivas não são generosas, mas não gostaria de concluir sem fazer uma dura crítica ao posicionamento do governo. Porque se é honesto que a gente não cobre resultados tão precocemente, o posicionamento, esté é criminoso", disse o ex-ministro do governo Lula. 

"Vou tomar, por exemplo, a relação com os EUA. Bolsonaro foi à América do Norte, concedeu aos americanos a isenção de visto, violentando uma tradição brasileira que exige reciprocidade. O Sr. Jair Bolsonaro aceitou um apelo de uma cota de importação pelo Brasil de trigo subsidiado nos EUA de 750 mil toneladas. Isso vai dizimar a triticultura do sul do Brasil. O Sr. Jair Bolsonaro aceitou jogar o papel imundo de 'big stick', ou seja, de porrete, do esforço colonial dos americanos em direção à Venezuela", destacou. 

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Ciro Gomes destacou que não aprova o regime venezuelano, mas ressaltou que "lançar o Brasil numa aventura bélica, em potencial, é simplesmente um crime". 

O político destacou ainda que o presidente Jair Bolsonaro aceitou, sem consultar ninguém, colocar um general brasileiro como vice-comandante das forças do comando sul americano, que, segundo ele, "são as forças encarregadas de garantir o exercício colonial deles e nos submeter como se um protetorado fôssemos". 

"Isto tudo é uma questão de posicionamento. Sabe o que tomamos em troca? Nada. Qual é a explicação pra isso?", criticou Ciro Gomes. 

​O ex-candidato à Presidência da República também destacou a posição brasileira em relação ao Oriente Médio. 

"A mesma coisa na questão de Israel. O Brasil sempre cumpriu um papel importante na questão de mediar o conflito palestino com Israel. Éramos reconhecidos pelos dois lados como um país equilibrado, que se esforça nos aforamentos internacioanais por uma cultura de paz, etc. E qual é a consequência prática disso? O Brasil passa a ser um país objeto de em eventual conflito judaico-palestino, e a linguagem é o terror", completou. 

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