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Medidas do governo para crise dos caminhoneiros são 'paliativas', diz líder rodoviário

O governo anunciou novas medidas de crédito a caminhoneiros e investimento em estradas para conter novas paralisações, mas segmentos de caminhoneiros não se contentam com medidas. A Sputnik Brasil conversou com o líder do Comando Nacional do Transporte (CNT) se há razões para uma nova paralisação dos transportes rodoviários de carga.
Sputnik

As medidas anunciadas pelo governo compreendem linhas de crédito de até R$ 30 mil para caminhoneiros autônomos, investimento de R$ 2 bilhões para a recuperação de rodovias e uma nova política para o reajuste dos preços do óleo diesel.

Governo oferece crédito a caminhoneiros, mas cala sobre aumento do diesel
Ao comentar o anúncio do governo na tentativa de evitar uma nova greve dos rodoviários, Ivar Luiz Schmidt, líder do Comando Nacional do Transporte (CNT), em entrevista à Sputnik Brasil, declarou que tais medidas são paliativas e não resolvem os problemas da categoria.  

"Toda medida que venha em benefício da categoria é bem-vinda, agora isso partiu do próprio governo, sem que isso seja levado por nenhum representante. São medidas paliativas que não vão resolver os problemas da categoria, porque você imagina um setor onde nós estamos com uma sobre-oferta de caminhões, dando R$ 30 mil não vai tirar caminhão do mercado, não vai aumentar oferta de carga pra esses caminhões que estão ociosos", declarou.  

Ivar Schmidt observa que a medida vai atender algumas pessoas do setor, tendo em vista que a maioria está com o nome com restrições nos órgãos de crédito, mas que não resolve o problema.

Ao comentar a possibilidade de uma nova paralisação dos rodoviários, o líder do Comando Nacional do Transporte (CNT) afirmou que entidade é contra qualquer tipo de paralisação.

"O Comando Nacional do Transporte é contra qualquer tipo de paralisação por qualquer motivação. Porque a solução de nossos problemas se encontra em nós mesmos. Nós temos leis a nossos favor. Então cabe a nós fazer com que essas leis sejam cumpridas. E uma delas que eu considero muito importante é o cumprimento da jornada de trabalho, conforme determina uma lei que já existe, que é trabalhar somente 8 horas por dia. Isso vai fazer com que reduza a oferta de caminhões e fazer com que melhorem os preços do frete e, inclusive a oferta de frete", explicou. 

Já em relação ao anúncio do governo de conceder R$ 2 bilhões para recuperação das rodovias e estradas, o líder do CNT classifico que este valor como uma "operação tapa-buraco". 

"A situação em que as rodovias se encontram por conta do período chuvoso que nós estamos vivendo, principalmente do meio do Brasil pra cima […] as estradas estão praticamente acabadas, e com certeza R$ 2 bilhões não irão surtir o efeito que deveria. Para arrumar todas as estradas do Brasil, estima-se um valor de R$ 100 bilhões", completa. 

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