Após lobby do Qatar, Paris vai nomear rua em homenagem a jornalisa saudita morto

A prefeitura de Paris deve renomear uma das ruas da cidade em homenagem ao jornalista saudita, que foi morto em Istambul no ano passado. No entanto, a iniciativa parece estar longe de ser espontânea.
Sputnik

A Sputnik França obteve informações de que é o Qatar que está pressionando para que uma rua da cidade seja batizada com o nome de Jamal Khashoggi.

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Na tarde de ontem, o especialista em islamismo e no movimento jihadista global Romain Caillet twittou que Jean-Pierre Duthion, um lobista próximo ao governo do Qatar, teria atuado diretamente para influir na decisão da prefeitura em "conceder a homenagem":

"O eficaz lobista Jean-Pierre Duthion conseguiu convencer a prefeita de #Paris a nomear de Jamal Khashoggi, o jornalista assassinado no consulado saudita em Istambul, uma rua na capital".

​A Sputnik procurou Jean-Pierre Duthion, mas ele se recusou a comentar o assunto. Se comprovado, esse lobby pode ser considerado parte da guerra por influência entre o Qatar e a Arábia Saudita, especialmente desde o embargo imposto a Doha por Riad em junho de 2017.

Romain Caillet considera essa suposição bastante crível:

"Há um intenso lobby de ambos os lados […] como parte de uma luta por influência entre os países do Golfo e todos estão tentando encontrar alguma informação comprometedora sobre seu oponente ou expor seus fracassos. […] O Qatar está se defendendo e focando sobre os fracassos da Arábia Saudita, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos estão fazendo a mesma coisa com o Qatar", ressaltou Caillet.

A luta por influência parece ter se estendido em três distritos de Paris. A rua com o nome de Khashoggi deve ser escolhida nestas localidades.

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A Sputnik França contatou o serviço de imprensa da Prefeitura de Paris, mas não houve comentários sobre a questão até o momento da publicação deste artigo.

Khashoggi desapareceu em 2 de outubro depois de entrar no consulado saudita em Istambul. Riad inicialmente negou qualquer conhecimento do paradeiro do jornalista, mas depois admitiu que ele havia sido morto em uma "operação desonesta". O corpo teria sido desmembrado e retirado do consulado.

Desde então, as autoridades sauditas acusaram 11 pessoas pelo assassinato. Parte dos réus pode receber pena de morte.

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