Aplaudindo a decisão de Malta de negar a passagem para aviões russos com destino a Caracas, a recém-indicada porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, conclamou todos os países a "seguir o exemplo de Malta para impedir o apoio do Kremlin ao ditador", o presidente venezuelano Nicolás Maduro.
"Aplaudimos o governo do #Malta por se recusar a permitir que os aviões russos usem seu espaço aéreo para abastecer o brutal regime anterior na Venezuela. Pedimos a todos os países que sigam o exemplo de Malta para impedir o apoio do Kremlin ao ditador Maduro. #EstamosUnidosVE @MFAMalta", escreveu a porta-voz norte-americana.
We applaud the government of #Malta for refusing to allow Russian planes to use its airspace to supply the brutal former regime in #Venezuela. We call on all countries to follow Malta’s example to stop the Kremlin’s support for the dictator Maduro. #EstamosUnidosVE@MFAMalta
— Morgan Ortagus (@statedeptspox) 19 de abril de 2019
Respondendo a Ortagus no Twitter, o Ministério de Relações Exteriores da Rússia destacou que os EUA deveriam continuar batendo palmas, já que isso a manteria ocupada o suficiente para não iniciar nenhuma guerra.
"Estamos nos esforçando para manter as mãos longe do gatilho. Então continue aplaudindo - pelo menos é inofensivo", rebateu.
We are trying hard to keep your hands away from trigger. So keep applauding - at least it’s harmless.
— MFA Russia 🇷🇺 (@mfa_russia) 19 de abril de 2019
O entendimento do Departamento de Estado dos EUA sobre "democracia" na Venezuela é apoiar o líder da oposição, Juan Guaidó, e impor sanções até que ele seja instalado no poder. As tentativas de Guaidó de reivindicar o título de "presidente interino" desde janeiro não conseguiram impressionar a polícia, os militares e a maior parte do povo venezuelano.
Lembrando aos EUA como as suas tentativas de "promover a democracia" em todo o mundo geralmente acabam, a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou a repórteres na quinta-feira que a situação lamentável com o espaço aéreo de Malta não era novidade.
"Deixe-me lembrá-lo de que já passamos por isso antes", afirmou Zakharova. "Quando enviamos ajuda humanitária para a Síria, nossos aviões também tiveram negada a liberação do espaço aéreo. Lembre-se dos obstáculos que eles colocam antes dos voos russos".
Os mesmos países que buscavam impedir a ajuda russa à Síria estavam tentando realizar uma "mudança de regime" em Damasco, dando apoio ilegítimo a militantes "moderados", observou Zakharova.
"Todos nos lembramos de como isso terminou", completou ela.