Com que propósito Japão aumenta presença militar na zona marítima fronteiriça com China?

Fuzileiros navais em navios militares japoneses na sua zona marítima ao sudoeste são um novo fator irritante para a China, comentaram especialistas à Sputnik sobre uma notícia do jornal japonês Yomiuri.
Sputnik

O jornal japonês, citando fontes anônimas no governo, informou que nos navios de assalto anfíbios da classe Osumi havia até 300 fuzileiros da Brigada de Implantação Rápida Anfíbia. Eles estavam incorporados nas forças terrestres das Forças de Autodefesa do Japão, tendo a brigada sido apresentada em abril do ano passado.

O Yomiuri também informou que estas subunidades móveis poderão ser colocadas já no próximo ano nos navios militares com mais 8,9 toneladas de deslocamento. Estes navios são capazes de transportar até 8 helicópteros, assim como possuem na popa um convés especialmente equipado para colocar na água pequenas lanchas de desembarque.

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Este não é o primeiro ano em que o Japão aumenta seu potencial militar na zona marítima do sudoeste, disse em entrevista à Sputnik China Yang Danzhi, especialista do Centro de Segurança Regional da Academia de Ciências Sociais da China.

[..] O Japão já implantou subdivisões de reação rápida nas suas ilhas localizadas no sudoeste. Por exemplo, já ocorreram vários incidentes à volta das ilhas Diaoyu (em chinês, ou ilhas Senkaku em japonês) que ameaçaram a segurança. No caso de desdobramento de forças de reação rápida, o Japão obteria a capacidade de efetuar ataques rápidos, opinou o especialista.

A implantação das forças de reação rápida nos navios de guerra do Japão praticamente nos diz que as forças de autodefesa do país estão adquirindo indícios agressivos, que estão mudando o conceito de seu desenvolvimento de defensivo para ofensivo. O desdobramento de forças de reação rápida terrestres em navios de guerra quer dizer que o potencial do Japão para intimidação e intervenção nos assuntos dos seus vizinhos e dos países localizados perto das suas fronteiras está aumentando.

O Japão tem disputas territoriais com a China. O país está mostrando constantemente sua vontade de proteger as ilhas Diaoyu (Senkaku), que considera como parte do seu território. As subunidades de fuzileiros têm como objetivo fortalecer seu potencial de contenção da assim chamada "agressão exterior", disse o especialista do Instituto do Extremo Oriente Valery Kistanov.

"A maior ameaça, segundo o que reconhece oficialmente Tóquio, é a China com seu crescente poder militar e suas atividades navais, em particular em torno das ilhas Diaoyu. O aumento do potencial militar das Forças de Autodefesa do Japão explica-se com a alegada necessidade de proteger as suas ilhas meridionais, e também as ilhas disputadas de Diaoyu, de uma possível 'agressão'", opina Kistanov.

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Anteriormente, o ministro da Defesa do Japão, Takeshi Iwaya, manifestou a sua preocupação com as ambições militares da China nesta região. Neste âmbito ele declarou que em março do próximo ano na ilha Miyakojima irão ser colocadas as versões mais modernas de misseis antinavio e também de misseis da classe terra-ar.

É evidente que a China não irá deixar o aumento das atividades militares do Japão perto das suas fronteiras sem resposta. O especialista pensa que o "fator americano" está criando um novo e poderoso estímulo à aproximação do Japão com a China. "Os EUA estão cumprindo uma política comercial muito dura, ofensiva e agressiva contra China e o Japão, por isso eles têm um motivo para se aproximar […] e reforçar as suas relações econômicas", acredita Valery Kistanov.

O especialista recorda que o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, esteve na China com uma visita, e é provável que o líder chinês Xi Jinping também irá visitar o Japão.

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