A teoria está sendo examinada por cientistas australianos à medida que tentam traçar as origens da moeda africana Kilwa (originária de onde hoje está a Tanzânia), que foi encontrada no litoral da Austrália no ano passado, informa The Guardian.
Mas a forma como a moeda, que remota há quase mil anos, foi parar nas ilhas Wessel, no litoral norte da Austrália, ainda não está clara. Uma explicação possível é que os portugueses, que tinham invadido Kilwa em 1505, deixaram a moeda para trás em suas viagens pelo sudeste asiático.
A cronologia também sugere que os portugueses estavam lá cerca de 250 anos antes de o capitão britânico James Cook fazer uma reivindicação britânica ao continente.
"Os portugueses estiveram em Timor entre 1514 e 1515 - pensar que eles não foram mais três dias para o leste com o vento das monções é absurdo […] Nós pesamos e medimos [a moeda], e é praticamente igualzinha a uma moeda de Kilwa. E se for, bem, isso poderia mudar tudo", disse o arqueólogo Mike Hermes.
A moeda que pode rasgar a história da Austrália
Hermes afirma que as ilhas Wessel foi o único lugar onde a moeda foi encontrada fora de Kilwa e da península Arábica.
As especulações indicam que Portugal tenha sido a primeira potência europeia a chegar à Austrália, sugerindo que os comerciantes de Kilwa poderiam ter trazido as moedas da própria África, ou ter naufragado enquanto tentavam fazer isso.
Para desvendar o enigma, pesquisadores australianos estão examinando essa nova moeda e indicaram que uma rota marítima de Kilwa na África Oriental para Omã e depois para a Índia, Malásia e Indonésia foi bem estabelecida em 1500.
Os contatos iniciais europeus com a Austrália há muito que estão envoltos em mistério, sendo que o primeiro desembarque conhecido foi feito em 1606 pelo navegador holandês Willem Janszoon.
Já o capitão James Cook chegou à baía de Botânica de Sydney em 1770 e fez uma reivindicação britânica ao continente.