Motivo de naufrágio do ARA San Juan, indicado por ministro, indigna familiares da tripulação

Nesta sexta-feira (17), o ministro argentino da Defesa, Oscar Aguad, afirmou que o naufrágio do submarino ARA San Juan se deveu, entre outras coisas, à "falta de treinamento e de capacitação" dos 44 tripulantes que morreram no acidente, ocorrido em 2017.
Sputnik

"O naufrágio teve menos a ver com uma deterioração do submarino e mais com a falta de transmissão intergeracional da experiência adquirida. O atraso do país não é grátis para ninguém, já que todos sofrem. As Forças Armadas têm tido longos períodos sem treinamento e sem capacitação", disse o ministro em declarações à rádio La Brujula.

Aguad apontou para uma "falta de treinamento" e "renovação de capacidades" entre os marinheiros que estavam no submersível, se referindo a dados periciais obtidos, segundo ele, durante a investigação do acidente.

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Segundo o ministro, em 1995 ocorreu exatamente a mesma falha com o submarino, quando estava atracado no porto de Mar del Plata. Nesse ano, a sala de baterias da embarcação pegou fogo e os bombeiros demoraram 48 horas para apagar o incêndio.

Aguar descartou falhas na estrutura da embarcação.

As declarações do ministro não demoraram a causar reação não somente entre os usuários, mas também entre os familiares das vítimas.

As famílias foram as primeiras a criticar o ministro e a chamar suas declarações de "vergonhosas". Além disso, ex-funcionários do governo, como José Gómez Centurión, chamaram as conjeturas de "ignorância".

"Estou muito indignada e magoada porque cada uma das famílias conhece, além da dor que sofre, a inoperância e a forma como o ministro se comportou durante a busca do navio, até este ser encontrado", disse à Sputnik Mundo Marcela Moyano, esposa do falecido suboficial Hernán Rodríguez.

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"É uma baixeza da sua parte aludir à falta de experiência e treinamento como a causa do que aconteceu com o ARA San Juan, foi terrível ouvir essas palavras", acrescentou Moyano.

Marta Vallejos, irmã do segundo suboficial César Óscar Vallejos, também comentou as palavras de Aguad.

"Estamos falando de 44 submarinistas com mais de 20 anos de experiência em sua profissão, não é para questionar sua capacitação para manejar uma arma de guerra", disse.

"Foi uma falta de respeito, além de ser mentira, o que Aguad diz", disse Luis Tagliapietra, pai do tenente Alejandro Damián Tagliapietra.

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