Falando no Kuwait na segunda-feira, Araqchi disse que a política dos EUA de sanções econômicas ameaçava "a segurança de toda a região", segundo um comunicado no site do Ministério de Relações Exteriores.
"Os países da região devem estar atentos a essa ameaça", acrescentou ele.
O pronunciamento de Araqchi veio depois de várias semanas de crescente tensão militar no golfo Pérsico. Os EUA enviaram um grupo de porta-aviões e um bombardeiro à região, citando ameaças iranianas não especificadas, e depois de supostos atos de "sabotagem" iraniana contra petroleiros comerciais perto do porto de Fujairah, no começo deste mês.
Ambos os lados ameaçaram um ao outro, mas o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, rejeitou a noção de conflito aberto há duas semanas, dizendo: "Nós não buscamos uma guerra, e eles também não".
O presidente estadunidense Donald Trump anunciou o envio de 1.500 soldados para o Oriente Médio no sábado, ostensivamente para propósitos "defensivos".
Depois de acenar com o ataque, Trump recuou na segunda-feira. "Eu acredito que o Irã gostaria de conversar", comentou. "E se eles quiserem conversar, também gostaríamos de conversar".
Sem conversas
Embora Araqchi tenha declarado no domingo que "não há conversas diretas ou indiretas entre o Irã e os EUA", o diplomata embarcou em uma visita a três estados do Golfo no mesmo dia para discutir cooperação e desenvolvimento. Araqchi visitou Omã no domingo e no Kuwait na segunda-feira e encerrará a turnê com uma visita ao Qatar.
Ao mesmo tempo, o ministro de Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, visitou o Paquistão e o Iraque no fim de semana. Falando em Bagdá no domingo, Zarif deu boas-vindas ao diálogo com o Iraque, que travou uma guerra brutal contra o Irã sob o ditador Saddam Hussein nos anos 1980. O conflito de oito anos custou mais de um milhão de vidas e terminou em impasse em 1988.
Zarif propôs um pacto de não agressão com seus vizinhos, alguns dos quais são aliados dos EUA. No entanto, ele também alertou que a República Islâmica está pronta para se defender contra qualquer ataque, seja "uma guerra econômica ou militar".
O Ministério de Relações Exteriores do Irã também se manifestou contra as sanções dos EUA, impostas desde que Washington retirou unilateralmente do Plano de Ação Compreensiva de 2015 (JCPOA, ou Acordo Iraniano) no ano passado, dizendo que os EUA estão "intimidando outros países a cumprir suas medidas unilaterais".