Sonda Curiosity da NASA encontra enormes quantidades de argila em Marte

A sonda Curiosity da NASA encontrou na montanha Sharp, no centro da cratera Gale, em Marte, a maior quantidade de minerais de argila, formados no fundo de um lago ou rio antigo. A descoberta pode ajudar os cientistas a desvendar o mistério do desaparecimento da água de Marte.
Sputnik

Até agora, os cientistas não tinham encontrado vestígios conclusivos da existência de água no Planeta Vermelho no passado ou no presente. Em março de 2013, a sonda Curiosity encontrou os primeiros sinais de água em Marte na forma de argila, perfurando uma rocha batizada de Jonh Klein.

Posteriormente, os cientistas encontraram outros depósitos de argila e outras evidências de que em Marte houve água potável. Segundo os planetólogos, a cratera Gale, onde hoje se encontra a sonda, representa um gigante lago seco.

Essa descoberta, bem como as fotos tiradas pelas sondas Mars Odyssey e MRO, provaram a existência de enormes depósitos de outras rochas sedimentares da classe dos filossilicatos, e fizeram com que os cientistas colocassem a questão de como teriam surgido essas reservas de argila, informou a NASA.

A água líquida, se realmente existiu em Marte, poderia ter se mantido em sua superfície por um período de tempo extremamente curto, cerca de várias centenas de milhões de anos, e, como os modelos climáticos mostram, não poderia ter produzido quantidades tão grandes de argila.

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Algumas semanas atrás, a sonda Curiosity recebeu novas evidências de que a cratera Gale e a montanha Sharp são cobertas por grandes reservas de argila.

A sonda MRO encontrou vestígios da presença de grandes reservas de argila ali antes de a sonda Curiosity ter pousado em Marte, e há muito tempo que os cientistas querem verificar se essa teoria é verdade, revelou Scott Guzewich, um dos membros da equipe cientifica que trabalha com a Curiosity.

Para provar a teoria, a sonda permaneceu nesse canto da cratera Gale por quase um mês e meio. Ela passou esse tempo perfurando três buracos na superfície, coletando amostras de solo e analisando-as com vários instrumentos.

O pressentimento dos cientistas estava certo: nas profundezas da região de Glen Torridon foram encontradas grandes reservas de argila, mas ao mesmo tempo os pesquisadores fizeram algumas descobertas interessantes e inesperadas.

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Em particular, a composição química dessas rochas sedimentares é bastante incomum. Por exemplo, as amostras não têm compostos de ferro, encontrados em outras amostras do cume Vera Rubin, localizado no outro lado da montanha Sharp. Além disso, perto do veículo a sonda encontrou reservas extremamente grandes de sais de potássio, cuja origem permanece um mistério para os planetólogos. Durante essa longa missão, a sonda também conseguiu tirar fotos de nuvens flutuando no céu de Marte.

A observação de seu movimento ajudou os cientistas a determinar sua altura e entender como a mudança das estações pode influenciar a frequência de sua formação.

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