'Ator estatal': apurações indicam quem estaria por trás de ataques a petroleiros árabes

Depois que os EUA culparam o Irã pela sabotagem de quatro petroleiros ao largo da costa dos Emirados Árabes Unidos, uma investigação preliminar concluiu que um "ator estatal" provavelmente estava por trás do ataque, mas não fez menção ao Irã.
Sputnik

De acordo com reportagens da Agência Reuters e da Bloomberg, conclusões preliminares da investigação conduzida conjuntamente pelos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Noruega, e apresentadas em uma reunião informal da ONU na quinta-feira, descrevem o ataque como um esforço complexo que exigiu recursos significativos.

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Os investigadores argumentam que os agressores, que infligiram danos aos petroleiros, mas não causaram baixas ou um derramamento de óleo, lançaram mão de um "alto grau de sofisticação", inteligência precisa e "navegação especializada de barcos rápidos" para escolher os alvos sem ser detectados. Tudo isso, afirmam, são sinais de que um "ator de Estado" provavelmente era responsável.

Esta redação permite que os países por trás do relatório, dois dos quais estão entre os principais aliados dos EUA e clientes de vendas de armas no Oriente Médio, mantenham uma imagem neutra sem realmente contradizer Washington, que acusou o Irã de imediato.

O assessor de segurança nacional do presidente estadunidense Donald Trump, John Bolton, disse no mês passado que os ataques foram "quase certamente" perpetrados pelo Irã, acusando-o de plantar "minas navais" sob os navios. Não está claro se a afirmação de Bolton foi baseada em aguma informação de inteligência.

O ataque ocorreu na costa do emirado de Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos, que fica do lado de fora do estreito de Hormuz, uma via estreita que separa o golfo Pérsico e o golfo de Omã. O estreito é imensamente importante para o transporte de petróleo. Os petroleiros que transportam petróleo bruto dos países do Golfo, ricos em petróleo, devem passar por ele.

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Anteriormente, o Irã ameaçou bloquear as remessas de petróleo através da hidrovia em resposta à intenção dos EUA de trazer as exportações de petróleo de Teerã para "zero".

Recentemente, os EUA declararam a Guarda Revolucionária de Elite do Irã como uma organização terrorista e depois enviaram um grupo de porta-aviões para o golfo Pérsico, enquanto sinalizavam um possível aumento massivo do número de tropas americanas na região.

O ataque de 12 de maio ocorreu no auge da última rodada de tensão e atingiu quatro petroleiros comerciais, incluindo dois sauditas, um emirado e um norueguês. O Irã rejeitou as acusações contra ele, chamando a declaração de Bolton de "ridícula".

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