"Não necessariamente [anula]. Porque se amanhã [uma pessoa] tiver sido alvo de uma condenação, por exemplo, por assassinato, e aí se descobrir por uma prova ilegal que ela não é autora do crime, se diz que em geral essa prova é válida", disse Mendes ao jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a publicação, o ponto de vista do ministro do Supremo contaria com o apoio de pelo menos outros dois dos 11 integrantes da Corte máxima da Justiça brasileira.
Anteriormente, outro ministro a se pronunciar sobre as mensagens divulgadas no domingo pelo The Intercept Brasil, nas quais Moro e Dallagnol trocam pontos de vista sobre o andamento da Operação Lava Jato, foi Marco Aurélio Mello. Este destacou que o episódio "fragiliza" o possível pleito de Moro de ser indicado ao STF.
Na segunda-feira, em meio às repercussões das mensagens vazadas, Mendes liberou o julgamento de um novo pedido de habeas corpus da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve ser apreciado nesta terça-feira.
Os defensores de Lula sempre enfatizaram que, na opinião deles, não havia imparcialidade de Moro para julgar processos envolvendo o petista, que acabou condenado pelo atual ministro da Justiça no caso do tríplex do Guarujá (SP).
Já Moro, Dallagnol e a Força-Tarefa da Lava Jato sempre negarem qualquer viés político e ideológico na condução dos seus trabalhos. No caso do vazamento dos diálogos, as partes condenaram o uso de mensagens obtidas por meio de um crime – o ataque de hackers – para fomentar um ataque à operação.