Khamenei: se o Irã quisesse armas nucleares, os EUA não poderiam fazer nada a respeito

Apesar do Irã não querer uma bomba nuclear, se isso acontecer, os EUA não serão capazes de detê-los, alertou o aiatolá iraniano Ali Khamenei, dizendo que conversas com Washington dificilmente produziriam resultados.
Sputnik

Os comentários do líder supremo foram feitos nesta quinta-feira durante as discussões com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, deixando claro que ele não estava interessado em receber a mensagem pessoal que o líder japonês trouxe do presidente dos EUA, Donald Trump.

"Eu pessoalmente não considero Trump digno de trocar qualquer mensagem, e não tem e não terá qualquer resposta para ele", sentenciou o líder iraniano.

Khamenei disse que não queria "repetir a amarga experiência" do acordo nuclear de 2015, que Trump abandonou unilateralmente depois de assumir o cargo. Apesar de Washington declarar uma súbita vontade de sentar-se para "negociações honestas", Khamenei observou que "a honestidade é muito escassa entre os estadistas americanos".

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Apesar de dizer que Teerã não deve se sentar para novas negociações com os Estados Unidos em breve, o líder iraniano deixou claro que seu país ainda se opõe à construção de uma bomba nuclear, ainda que em seus próprios termos.

"Eu emiti um fatwa (decreto religioso) que proíbe a produção de armas nucleares, mas você precisa saber que, se estivéssemos depois de construir armas nucleares, os Estados Unidos não poderiam fazer nada a respeito", comentou.

Embora as coisas pareçam estar num impasse quando se trata de relações com os EUA, a visita de Abe foi saudada como produtiva no desenvolvimento de laços mais estreitos entre o Irã e o Japão. Abe afirmou a repórteres depois que o Irã prometeu não desenvolver uma arma nuclear, e elogiou a crença de Khamenei na paz.

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