A soja representou em 2018 43% de todo o volume de mercadorias exportadas do Brasil para a China, fator que contribuiu significativamente para o superávit de US$29,4 bi registrado nos negócios com Pequim no ano passado. O número recorde se deu porque, em meio à guerra de tarifas entre chineses e americanos, a China decidiu diminuir a compra de soja americana e foi em busca de outros mercados.
Ele diz, porém, que, ao contrário do percebido no ano passado, em 2019 a guerra comercial entre EUA e China não fez o valor da commoditie subir: ao contrário, preço do produto está "de 10 a 15% mais baixo do valor registrado em 2018 quando surgiu a disputa", nos cálculos do representante.
"Este ano está bem difícil, um dos piores, porque os insumos em dólar acabaram subindo (fertilizantes e defensivos) e estamos vendendo produtos mais baratos. A agricultura se descapitalizou bastante para investir na próxima safra e está em uma incógnita porque a conta na produção de soja não está fechando", revela.
Galvan diz ainda que, embora a safra de 2019 seja maior que a do ano passado, é pouco provável que o Brasil consiga sozinho atender à demanda.
"Sozinhos, não conseguimos abastecer a demanda asiática, em especial da China que é o nosso grande comprador. Talvez a Argentina pudesse ajudar, mas tiveram uma colheita fraca no ano passado [por causa da seca], este ano está um pouco melhor, mas não ideal", justifica.
Os chineses já sinalizaram a possibilidade de aumentar substancialmente a compra de soja americana em troca do levantamento de tarifas impostas por Trump a produtos chineses.
Como a Sputnik Brasil mostrou em fevereiro, a possibilidade de preferência de compra da soja americana poderia ter sérias consequências no Brasil. As negociações seguem congeladas.