Segundo analistas, as forças aéreas europeias estão ficando cada vez mais ultrapassadas pelas indústrias aeroespaciais norte-americanas e, em um curto período, pelas chinesas, que estão elevando cada vez mais seu faturamento.
Os ministros da Defesa da França, Alemanha e Espanha devem assinar um acordo de cooperação sobre o Sistema de Combate Aéreo do Futuro (FCAS), durante a o Salão Aéreo de Paris, visando o lançamento de um caça da próxima geração, segundo a AFP.
Com esse projeto os países pretendem unificar o poderio militar da Europa reduzindo sua dependência de equipamentos norte-americanos. Além disso, o projeto incluirá drones e mísseis de cruzeiro e deve ser liderado pela Airbus e pela Dassault Aviation.
Foi ressaltado que os gastos europeus com a defesa ainda estão muito abaixo dos gastos norte-americanos e chineses.
"Há um desequilíbrio cada vez maior entre a forma como a Europa está montando sua indústria aeronáutica, espacial e de defesa e a forma como isso está acontecendo nos dois blocos desafiantes, os EUA e a China", afirmou Philippe Plouvier no Boston Consulting Group em Paris.
De um lado, os norte-americanos estão elevando cada vez mais suas despesas com a defesa, devendo atingir "um nível extremamente elevado", chegando a US$ 700 bilhões (R$ 2,7 trilhões) neste ano.
Por sua vez, a China não fica muito atrás e investe pesado, tornando-se o segundo maior gasto em defesa, com aproximadamente US$ 250 bilhões (R$ 975 bilhões).
Enquanto isso, os principais países europeus juntos gastaram US$ 200 bilhões (R$ 780 bilhões).
Entretanto, mesmo com o avanço chinês, alguns setores do país asiático ainda estão a uma ou duas décadas de se tornarem uma ameaça nos setores de defesa, a lentidão europeia em desenvolver novas tecnologias é um sinal de haver um sério risco de a Europa ser deixada para trás.
Os principais fatores apontados por analistas para a lentidão europeia estariam ligados ao acesso limitado a fundos, dificultando o financiamento e o desenvolvimento de novas tecnologias, que seriam fundamentais para suprir as necessidades militares do continente.
"Quando você compara Airbus, Safran ou Thales com as grandes empresas norte-americanas, você nota que as nossas possuem um crescimento mais forte, talvez até maiores lucros, mas elas não geram muito dinheiro, elas utilizam o dinheiro para financiar seu crescimento", afirmou Plouvier.
"Se você não tem dinheiro – não se moderniza, o que significa menos capacidade de autofinanciamento da pesquisa ou de transformação tecnológica, então você não está se preparando corretamente para o futuro", concluiu.