Sergio Moro fez uma fala de 30 minutos antes do início dos questionamento dos senadores. Durante o pronunciamento, o ministro afirmou que não pode comprovar a autenticidade do material divulgado e disse acreditar que exista um grupo criminoso por trás das invasões às conversas privadas do ministro e dos procuradores da Lava Jato.
O ministro se dispôs voluntariamente a prestar esclarecimentos sobre as mensagens vazadas ao Senado. Acompanhe ao vivo as explicações de Sérgio Moro:
O ministro da Justiça afirmou que a invasão aos celulares que revelou os diálogos com o procurador Deltan Dallagnol "tem por objetivo ou invalidar condenações por lavagem de dinheiro e corrupção".
"Não é um adolescente com espinhas na frente do computador, mas sim um grupo criminoso estruturado. A minha opinião, em particular, embora os fatos estejam sendo investigados, é de que existe um grupo criminoso por trás desses ataques. Afinal, há uma grande quantidade de pessoas que sofreram invasões ou tentativas de invasões, o que aponta para a possibilidade de não ser um hacker isolado", afirmou.
De acordo com ele, trata-se de "uma invasão criminosa [feita] por um grupo criminoso organizado que tem por objetivo ou invalidar condenações por lavagem de dinheiro e corrupção, ou obstaculizar investigações que ainda estão em andamento e ainda podem atingir pessoas poderosas, ou possíveis ataques às instituições brasileiras".
Ele também disse que não viu nenhuma infração no conteúdo divulgado, ao mesmo tempo que não reconheceu a autenticidade do material, afirmando que os dados podem ter sido alterados.
"Não estou dizendo mais uma vez que eu reconheço a autenticidade. Do texto, eu li e vi muitos que se pronunciaram não viram qualquer espécie de infração", disse o ministro
O site The Intercept Brasil tem publicado, desde o fim de semana passada, trechos de conversas em chat privado, na plataforma Telegram, entre o ex-juiz federal Sergio Moro e procuradores da Força-Tarefa da Operação Lava Jato. De acordo coma a reportagem do The Intercept Brasil, "essas conversas provam que Moro estava sugerindo estratégias para que os procuradores realizassem sua campanha pública contra o próprio réu que ele estava julgando".
Nas mensagens publicadas, Dallagnol e Moro comentam o processo que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, segundo o portal, interferem nas eleições. O The Intercept Brasil alega ter recebido o material de uma fonte anônima. Se trata de mensagens privadas e de grupos da força-tarefa no Telegram, entre os anos de 2015 a 2018.