Segundo o ex-economista-chefe do banco Goldman Sachs, Jim O'Neill, a única maneira que poderia pôr fim à supremacia do dólar estadunidense como moeda global é criar "uma alternativa de longo prazo" à moeda estadunidense.
Em uma entrevista ao canal de televisão CNBC, Jim O'Neill disse que a China pode considerar expandir o papel de sua moeda nacional na arena global.
"Algumas pessoas diriam que, sem dúvidas, a arma decisiva para a China seria iniciar a venda massiva dos títulos da dívida dos EUA [...] mas isso provavelmente danificaria o valor dos investimentos chineses", afirmou o economista.
A China, o maior detentor estrangeiro de títulos do Tesouro dos EUA, já reduziu seus investimentos nesse ativo em meio à escalada da disputa comercial com Washington.
Fortalecer o poder de compra
Além disso, Pequim pode também se concentrar no aumento do poder de compra dos seus consumidores para reforçar suas posições globais.
O'Neill revelou que atualmente o consumo é responsável por apenas 40% do PIB chinês, em comparação com 70% nos EUA.
"Durante a próxima década a 20 anos, não há maneira de o consumidor americano continuar a ser a parte dominante da economia dos EUA. Enquanto que para a China alcançar o sonho do tipo BRIC [...]", acrescentando que a cota-parte dos gastos dos consumidores chineses na economia do país terá que continuar crescendo.
O’Neill previu que quatro países emergentes que fazem parte do BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China) estavam a caminho de remodelar a economia mundial.