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Demitido por Bolsonaro, Santos Cruz fala sobre o governo: 'É um show de besteiras'

Demitido há uma semana pelo presidente Jair Bolsonaro, seu amigo pessoal há mais de 20 anos, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz falou pela primeira vez sobre sua saída do governo, o qual classificou como "um show de besteiras".
Sputnik

"Tem de aproveitar essa oportunidade para tirar a fumaça da frente para o público enxergar as coisas boas, e não uma fofocagem desgraçada. Se você fizer uma análise das bobagens que se têm vivido, é um negócio impressionante. É um show de besteiras. Isso tira o foco daquilo que é importante. Tem muita besteira", afirmou, em entrevista à revista Época.

Ao longo do seu período na Secretaria de Governo da Presidência da República, Santos Cruz desagradou a ala mais ideológica da administração Bolsonaro, sendo duramente criticado pelo autointitulado filósofo Olavo de Carvalho e pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente.

Para o ex-ministro, o presidente é quem deve explicar as razões acerca da sua demissão – ele disse não saber os motivos da sua substituição. Ao mesmo tempo, Santos Cruz reafirmou que é preciso deixar as distrações de lado e priorizar questões importantes para o país.

"Tem muita coisa importante que acaba não aparecendo porque todo dia tem uma bobagem ou outra para distrair a população, tirando a atenção das coisas importantes. Tem de parar de criar coisas artificiais que tiram o foco. Todo mundo tem de tomar consciência de que é preciso parar com bobagem", comentou à publicação.

O general ainda falou sobre o uso das redes sociais, uma das bases mais importantes para o governo Bolsonaro, e por onde ele foi alvo preferencial de ataques. Para ele, é preciso acabar com o que chamou de "guerra de baixarias".

"Não é porque você tem liberdade e mecanismos de expressão, Twitter, Facebook, que você pode dizer o que bem entende, criando situações que atrapalham o governo ou ofendem a pessoa. Você discordar de métodos de trabalho é normal, até publicamente. Discordâncias são normais, de modo de pensar, modo de administrar, modo de fazer política, de fazer coordenação. Mas, atacar as pessoas em sua intimidade, isso acaba virando uma guerra de baixarias", opinou.

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