A iniciativa dos 9 Estados do Nordeste foi formalizada em março e o seu primeiro presidente será Rui Costa (PT), governador da Bahia. A organização também incluiu em sua agenda críticas à reforma da Previdência e ao decretos das armas de Jair Bolsonaro (PSL).
O deputado federal José Guimarães (PT-CE) afirma em entrevista à Sputnik Brasil que uma das prioridades é voltar a oferecer assistência médica em cidades que ficaram sem cobertura após a saída dos cubanos do Mais Médicos.
Cuba decidiu convocar os profissionais da saúde que trabalhavam no Brasil após a eleição de Bolsonaro alegando que o novo presidente fez referências "depreciativas e ameaçadoras" aos seus profissionais.
Desde então, o Governo Federal tentou, sem sucesso, substituir os cubanos. Segundo levantamento do jornal O Globo, 42% das cidades brasileiras que chegaram a ter médicos cubanos seguem sem conseguir preencher todas suas vagas. Quando o convênio com Cuba ainda estava vigente, esta cifra era de 23%. O Nordeste é a região mais afetada pela falta desses profissionais da saúde.
"O governo Bolsonaro cometeu um grave atentado à saúde das populações mais carentes de todo o país, especialmente no Nordeste. Com o Mais Médicos, a maioria das comunidades rurais que não têm acesso a nada receberam pela primeira vez um médico", diz Guimarães à Sputnik. "Muitos dos médicos brasileiros não têm disposição de irem morar lá nas comunidades rurais, quilombolas e indígenas."
Mais de 8 mil médicos cubanos chegaram a trabalhar no Brasil. Eles preencheram vagas que primeiro foram oferecidas aos profissionais brasileiros.
A contratação dos médicos cubanos seria feita pelo Consórcio Nordeste junto à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), sem passar pelo Governo Federal.
"Se a União não faz, os Estados podem fazer", diz Guimarães.