'Acordo do século' é mais uma falha da política dos EUA em torno da Palestina, afirma analista

O assim chamado "acordo do século" sobre o conflito israelo-palestino proposto pelos EUA vai falhar, considera o analista.
Sputnik

Na quinta-feira (26), no decurso de um encontro de dois dias em Bahrein foram discutidos os aspetos econômicos do projeto norte-americano de uma solução pacifica para o conflito israelo-palestino, ou seja, o chamado "acordo do século". Os representantes da administração da Palestina boicotaram o fórum porque o consideram como uma tentativa de os subornar.

O diretor-geral do Conselho dos Assuntos Internacionais da Rússia, Andrei Kortunov, participou de uma mesa redonda de debate organizada pela agência de notícias Rossiya Segodnya.

"Eles consideram que os problemas da Palestina podem ser 'abafados' com dinheiro. Sendo que o dinheiro não será americano, mas alocado pelas próprias monarquias do golfo Pérsico", disse ele.

"Tratava-se de US$ 50 bilhões [R$ 191,65 bilhões]... Quanto à componente financeira, não está muito claro onde essas monarquias irão buscar o dinheiro. Eles também têm muitos problemas, por exemplo, a Arábia Saudita", revelou o diretor-geral.

Ele ressaltou que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos sofrem de alguns problemas financeiros e que para eles não é muito fácil "simplesmente jogar fora US$ 50 bilhões".

De acordo com Andrei Kortunov, é muito provável que nós assistamos a mais uma falha da política unilateral dos EUA em relação ao problema israelo-palestino.

No que diz respeito à política unilateral dos EUA em torno do conflito israelo-palestino, ele disse que tal abordagem é inconsistente.

Os palestinos exigem no âmbito do projeto de uma solução pacífica para o conflito israelo-palestino, que atualmente está suspenso, que as futuras fronteiras entre dois Estados soberanos sejam estabelecidas nos limites que existiam antes de Guerra dos Seis Dias de 1967, com possíveis permutas de territórios. Eles esperam estabelecer seu próprio Estado na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com a capital em Jerusalém Oriental.

Por sua vez, Israel recusa voltar às fronteiras de 1967, quanto mais partilhar Jerusalém com os árabes, tendo proclamado Jerusalém como sua capital eterna e indivisível.

A parte econômica do projeto para uma solução pacífica do conflito israelo-palestino prevê que US$ 50 bilhões (R$ 191,1 bilhões) sejam investidos nos países da região durante dez anos e que a Palestina receba mais de metade dos investimentos para dobrar seu PIB em dez anos.

Comentar