Os EUA estão pressionando seus aliados para que sigam as políticas norte-americanas de restrição contra a empresa chinesa de telecomunicação Huawei em relação à infraestrutura da rede 5G, além da adição da empresa na "lista negra" dos EUA. Entretanto, até o momento, os britânicos permitiram o acesso da Huawei apenas a infraestruturas "não essenciais".
A administração Trump enviou uma ameaça ao Reino Unido de que um acordo comercial pós-Brexit com os EUA dependerá da vontade do Reino Unido de seguir a política comercial dos EUA em relação à Huawei.
Ao permitir o acesso da Huawei a redes e infraestrutura 5G recém-desenvolvidas, tal poderia afetar as negociações sobre um novo acordo comercial com os EUA, afirmou o jornal The Telegraph.
A declaração se baseia na suposta ameaça à segurança nacional por parte dos EUA, que alega que a tecnologia da Huawei poderia ser utilizada pelo governo chinês para espionar os utilizadores das redes 5G.
O CEO da Huawei, Ren Zhengfei, assegurou ao Reino Unido que "nunca faria nada para prejudicar qualquer outra nação". A própria Huawei também se ofereceu para assinar um acordo de "não espionagem" com os britânicos, ao contrário das empresas de tecnologia norte-americanas, como a Apple e o Google, que nunca ofereceram tal contrato.
Os relatórios das conversações comerciais entre os EUA e a China revelam que as empresas de telecomunicações acreditam que, provavelmente, as reais preocupações dos EUA estão mais relacionadas à concorrência internacional no mercado global do que à ameaça de segurança.
"Claramente [a proibição da Huawei] não está relacionada à segurança nacional", afirmou Nicholas Negroponte, especialista em tecnologia e acadêmico norte-americano.
Um funcionário do governo britânico afirmou que o Reino Unido pode ter de ceder às políticas norte-americanas contra a Huawei, já que rejeitá-las poderia ser visto como algo que iria "minar os esforços de Washington para revigorar a Organização Mundial do Comércio".
Essa não é a primeira vez que os EUA fazem declarações sobre apolítica interna britânica.
Anteriormente, o secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou que pressionaria o governo de Jeremy Corbyn no Reino Unido, que teria desdenhado da administração Trump.