Citando um relatório publicado na segunda-feira (15) de uma empresa de segurança espanhola, mas não fornecendo dados sobre o mesmo, a emissora simplesmente confundiu toda a alegada conspiração russa.
A reportagem pinta um retrato sinistro do fundador de WikiLeaks, Julian Assange, e do canal RT, afirmando que "russos e hackers de nível mundial" alegadamente revelaram os e-mails do Comitê Nacional Democrata (DNC) e do líder da campanha presidencial de Hillary Clinton, John Podesta, no decorrer das eleições em 2016.
SCOOP: Novos documentos obtidos em exclusivo pela CNN revelam que Assange recebeu entregas presenciais, potencialmente de materiais hackeados relacionados à eleição de 2016, durante uma série de reuniões suspeitas na Embaixada do Equador em Londres.
A reportagem inclui especulações, insinuações, citação seletiva de partes do relatório do investigador especial sobre a interferência russa na eleição de 2016 Robert Mueller, e diversas mentiras infundamentadas sobre o RT.
A editora-chefe da Sputnik e do RT, Margarita Simonyan, escreveu na sua página de Telegram sobre a publicação da CNN.
"O canal CNN acabou de publicar uma informação bombástica sobre meus contatos secretos com Assange",[...] Possuem informações "irrefutáveis" de que o meu adjunto foi à embaixada e levou algo para Assange. Querida CIA! Eu lhe conto mais. Não foi só o meu adjunto que foi à embaixada para ver Assange. Eu própria fui à embaixada. E eu tweetei fotos. Quer que envie o link?", escreveu Simonyan.
Ela especificou mais detalhes da sua visita e sobre as coisas que a equipe do RT levou.
"Levámos tantas coisas, cassetes, disquetes, pen drives, papéis, equipamento técnico, bombons, entre outras coisas, é difícil fazer um programa de TV sem equipamento técnico. Foi um show incrível. Conseguem procurar no Google isso por vocês próprios?", disse editora-chefe.
Julian Assange era nesse ano apresentador de um show do RT, programa que foi divulgando publicamente tanto na televisão como na Internet.
Uma semana antes de Hillary Clinton ser nomeada pelo Partido Democrata à presidência em 2016, o WikiLeaks divulgou milhares de e-mails mostrando que as principais figuras do partido haviam colaborado para garantir que o senador Bernie Sanders não ganharia a nomeação. Os vazamentos obrigaram a presidente do Comitê Nacional Democrata, Debbie Wasserman-Schultz, a renunciar.