Mulheres do Congresso norte-americano respondem a Trump

Diversas congressistas norte-americanas criticaram duramente o presidente dos EUA, Donald Trump, depois de este as ter denegrido em sua conta do Twitter.
Sputnik

As legisladoras Alexandria Ocasio-Cortez, Ilhan Omar, Rashida Tlaib e Ayanna Pressley, todas pertencentes a minorias étnicas, realizaram uma coletiva de imprensa para marcar a sua posição.

"É uma completa hipocrisia que ele nos condene e diga que não somos americanas por desejarmos trabalhar duro para que este país seja o país em que todos merecemos viver", disse Omar, observando que Trump realizou sua campanha presidencial de 2016 com base na ideia de que a América estava dividida e precisava ser reestabelecida. Ela ainda adicionou que é hora de impugnar Trump, por este estar promovendo uma agenda nacionalista branca.

As quatro mulheres integram um grupo informal de congressistas de cor recém-eleitas chamado "o Esquadrão", tornando-se rapidamente conhecidas por suas intervenções críticas da atual administração, e mais recentemente, sobre a questão dos centros de detenção de imigrantes ilegais que entraram nos EUA.

Mulheres do Congresso norte-americano respondem a Trump

Trump insultou as congressistas indiretamente em uma série de postagens em seu Twitter no último domingo (14), dizendo: "Por que elas não voltam e ajudam a reestabelecer os lugares totalmente destroçados e infestados de crime de onde vieram? Então, voltem e nos mostrem como fazer isso. Esses lugares precisam muito da ajuda de vocês, vocês não podem sair tão rápido".

"No que me diz respeito, se você odeia nosso país, se você está infeliz aqui, você pode sair", disse Trump em um evento na Casa Branca.

"Se você está infeliz nos EUA, se você reclama o tempo todo, é simples, você pode ir embora. Você pode sair agora mesmo. Não sei quem sentirá a falta delas", afirmou o líder norte-americano.

"Não mordam a isca", alertou Pressley ao povo norte-americano, definindo os comentários de Trump como "palavras xenófobas, fanáticas" e "uma distração".

"Apesar das tentativas de nos marginalizarem, somos mais que do quatro pessoas. Nosso esquadrão é grande. Dado nosso tamanho e desta grande nação, não podemos e não seremos silenciados", disse Ayanna Pressley.

"Mentes fracas e líderes fracos desafiam a lealdade do nosso país para evitar desafiar e combater a política", disse Ocasio-Cortez.

"Este presidente não sabe como defender suas políticas, então o que ele faz é nos atacar pessoalmente [...]", ressaltou, alegando que o presidente não pode olhar uma criança na cara, assim como não pode olhar os norte-americanos e justificar por que está jogando as crianças (imigrantes) em jaulas.

No entanto, Trump disparou outro conjunto de tweets momentos antes da coletiva: "Nunca seremos um país socialista ou comunista.Se vocês estão infelizes aqui, podem ir embora! É a escolha de vocês, e exclusivamente de vocês. Isso é sobre amar a América. Certas pessoas odeiam nosso país.

Elas são contra Israel, pró Al-Qaeda, e comentam sobre o ataque de 11 de setembro, 'algumas pessoas fizeram algo'. Os democratas da esquerda radical querem fronteiras abertas, o que significa drogas, crime, tráfico de pessoas e muito mais. As instalações de detenção não são campos de concentração! A América nunca foi mais forte do que agora, restabeleceu os militares, a maior bolsa de valores, o menor desemprego e mais pessoas trabalhando do que nunca. Mantenha a América grande!"

"Os Democratas estavam tentando se distanciar das quatro 'progressistas', mas agora eles são forçados a abraçá-las", escreveu Trump, ressaltando que "isso significa que eles estão endossando o socialismo, o ódio a Israel e aos EUA [...]".

Recentemente, ocorreu um debate interno sobre a votação de um projeto de lei autorizando o financiamento de emergência para os serviços fronteiriços, entretanto, o debate rapidamente se tornou sobre se o partido tinha ou não marginalizado as quatro congressistas, que achavam que o projeto não é suficiente para proteger as crianças imigrantes detidas em centros de detenção federais.

Pressley chegou a acusar aqueles que endossaram o projeto de lei de votar para "permitir um sistema racista". Já Omar disse que era uma votação "para manter as crianças em jaulas".

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