Terrorismo e fim do acordo nuclear: chanceler do Irã ataca os EUA em visita à Venezuela

O ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, em seu discurso na Venezuela neste sábado acusou os EUA de perseguirem uma política de unilateralismo e quebra do Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA), conhecido como acordo nuclear iraniano.
Sputnik

Zarif está atualmente na capital venezuelana, Caracas, para participar da reunião ministerial do Escritório Coordenador do Movimento dos Países Não Alinhados, que não faz parte de nenhum pacto de defesa coletiva de interesse de nenhuma grande potência.

"Meu país está na vanguarda de resistir às novas tendências unilaterais dos EUA, que incluem o terrorismo econômico imediato. Nossos sinceros esforços para tratar da preocupação com nosso programa nuclear de paz, embora infundado, é uma entre muitas vítimas do novo unilateralismo", declarou Zarif.

"A administração dos EUA está derrotando o acordo nuclear com o Irã, apesar do investimento que o mundo inteiro fez para concretizá-lo, e no processo ela não apenas violou a resolução relevante do Conselho de Segurança da ONU, mas também ironicamente sancionou aqueles que tentam cumpri-lo", acrescentou.

O chanceler iraniano prosseguiu, afirmando que a nova onda do aventureirismo unilateral extremo de Washington é um grande risco para todos os Estados de uma forma ou de outra. Ele enfatizou a importância fundamental de manter uma ordem internacional baseada na lei.

Em 8 de maio de 2018, o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou unilateralmente seu país do JCPOA e impôs várias rodadas consecutivas de sanções econômicas ao Irã.

Um ano depois, Teerã anunciou sua própria decisão de suspender parcialmente as obrigações do acordo e conceder aos outros signatários - França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e União Europeia - 60 dias para salvar o acordo, facilitando as exportações e o comércio de petróleo com o Irã.

À medida que o prazo expirou, o Irã disse que começaria a enriquecer urânio além do nível de 3,67%, estabelecido no JCPOA, alertando para abandonar gradualmente seus compromissos nucleares a cada 60 dias.

Comentar