Canibalismo espacial: VÍDEO mostra como Via Láctea 'engoliu' galáxia anã

Um grupo de pesquisadores criou uma gravação fascinante em que mostra a Via Láctea engolindo uma galáxia anã há 10 bilhões de anos.
Sputnik

As imagens cósmicas, recriadas por cientistas do Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC), da Espanha, apresentam as origens da nossa galáxia, antes de ela ter devorado outra galáxia menor, chamada Gaia-Enceladus, depois da colisão entre as duas.

A fusão das galáxias já era conhecida no meio científico, mas a linha do tempo da colisão e suas consequências ainda eram questionáveis.

Graças aos dados mais precisos sobre a idade estelar, coletados pela missão da nave espacial Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), a equipe foi capaz de criar um diagrama de magnitude a cores mostrando a distribuição etária das estrelas no disco atual e no halo interno da Via Láctea, permitindo-lhes identificar quando ocorreu a fusão.

Canibalismo espacial: VÍDEO mostra como Via Láctea 'engoliu' galáxia anã

"Junto com as mais modernas simulações cosmológicas de formação de galáxias, essas idades nos permitem ordenar a sequência inicial de eventos que moldaram nossa galáxia", explica o estudo publicado na revista Nature Astronomy.

Através da análise do comportamento das estrelas na galáxia e suas diferentes composições químicas, os cientistas conseguiram identificar dois grupos de astros da Via Láctea: um grupo vermelho (com maior concentração de metais) e um grupo azul (com menor concentração de metais). Ambos os grupos continham estrelas da mesma idade, sendo que o azul pode ter pertencido à Gaia-Enceladus.

O surgimento de ambas as galáxias ocorreu há aproximadamente 13 bilhões de anos. Já o processo de colisão, que levou milhões de anos até que a Gaia-Enceladus fosse absorvida pela Via Láctea, aconteceu 3 bilhões de anos depois.

O processo fez com que as estrelas da jovem Via Láctea aquecessem e formassem um halo estelar. O gás fluiu na direção ao centro, criando uma forma de disco, que continuou a formar estrelas.

"Podemos medir esses efeitos com muito mais precisão na Via Láctea do que nas galáxias externas, e isso proporcionará novos conhecimentos sobre os mecanismos físicos que desempenham um papel na evolução das galáxias", disse a líder da pesquisa, Carme Gallart.

Comentar